AMBIENTE

Pneumologistas alemães garantem que fumo do gasóleo não é nocivo

Mais de 100 pneumologistas alemães assinaram um documento que coloca em dúvida os riscos para a saúde causados pelo fumo do gasóleo. O dióxido de nitrogénio (NO2) e as partículas de poeira existentes no fumo não “causaram uma única morte”, garantem os especialistas.

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O ex-presidente da Sociedade de Pneumologia Alemã Dieter Köhler, por exemplo, contrariou a posição atual de sua antiga organização. O especialista defendeu que a maioria dos estudos existentes sobre os perigos causados pelas emissões de gasóleo são questionáveis.

Esta tomada de posição ganha uma relevância particular depois de se ter instalado um debate sobre o tema na Alemanha. A cidade de Hamburgo está no epicentro da discussão, pois aprovou legislação que proíbe a circulação de veículos a gasóleo anteriores a 1998.

O documento destes especialistas alemães pode ser, assim, mais um argumento para um debate que acontece agora um pouco por toda a Europa. A Sociedade de Pneumologia Alemã tinha emitido um longo comunicado, no final de novembro, onde alertava para os riscos que as partículas de NO2 representam para a saúde.

Os avisos tinham por base as pesquisas do conceituado Instituto Helmholtz de Medicina Ambiental, que assegura que o dióxido de carbono causa invariavelmente grandes riscos para a saúde, mesmo que concentrado em doses relativamente baixas.

Uma visão que Köhler e mais de cem especialistas alemães questionam agora, com esta tomada de posição. “O limite atual de NO2 e poeira de partículas é completamente inofensivo e não causa uma única morte”, afirmou numa entrevista recente a uma rádio alemã.

A tensão entre os dois lados tem crescido nos últimos dias, sobretudo depois de Estugarda ter seguido os passos de Hamburgo e ter adotado uma medida semelhante, promovendo a utilização de carros amigos do ambiente e penalizando aqueles que utilizem os carros a diesel, impedindo a circulação dos mais antigos.

Mas é precisamente da mesma cidade que sai uma das mais fortes críticas: o médico-diretor da Cruz Vermelha de Estugarda, Martin Hetzel, soma a sua voz à de Köhler. “No hospital, nunca se veem doentes com problemas do pulmão ou do coração causadas por poeiras ou por NO2. Não é plausível que estejam a causar os danos para saúde que têm sido publicados ultimamente”, disse.

São cada vez mais as cidades que estão a adotar medidas de combate à poluição que passam por eliminar de vez a circulação de carros a diesel. Já em 2016, na sequência de um encontro de autarcas de todo o mundo, os presidentes das câmaras de Paris, Madrid, Atenas e Cidade do México tinham assumido o compromisso de retirar de circulação todos os carros, camiões e outros veículos movidos a diesel até 2025.

Fonte: Observador

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