Vacina experimental contra o Zika evita microcefalia em cobaias
Cientistas da Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica, afirmam ter desenvolvido uma nova vacina eficaz contra o vírus Zika. “Para isso, nós nos baseamos na vacina contra a febre amarela. O vírus da febre amarela está intimamente relacionado ao vírus Zika e é transmitido pelo mesmo mosquito. A vacina é muito segura e oferece proteção vitalícia”, garante o professor Johan Neyts.
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ARRITMIA CARDÍACA
As arritmias são alterações no ritmo ou na frequência cardíaca, podendo esta acelerar-se, ser mais lenta ou tornar-se irregular. LER MAIS
O principal benefício será evitar que o vírus cause microcefalia e outras condições graves em bebés.
“Nós substituímos uma parte da informação genética presente na vacina contra a febre amarela pelo código correspondente do vírus Zika. Para projetar a vacina, nós usamos uma nova tecnologia que desenvolvemos anteriormente no nosso laboratório e que possibilita produzir a vacina em fermentadores, em vez de em ovos de galinha fertilizados”, explicou Johan Neyts.
“Outra vantagem importante é que a vacina permanece estável mesmo em altas temperaturas, o que faz muita diferença para uma vacina que também se destina a ser utilizada nos cantos mais remotos das áreas tropicais e subtropicais”, acrescentou.
A vacina mostrou-se eficaz em ratinhos prenhes. As crias das mães vacinadas desenvolveram-se normalmente e o vírus também não foi encontrado nos seus cérebros ou outros órgãos.
“Essa proteção completa é notável”, destacou Kai Dallmeier, membro da equipa. “Agora, pretendemos desenvolver ainda mais a vacina, que poderá então ser usada para vacinar rápida e efetivamente a população em caso de um novo surto do vírus Zika”, acrescentou.
Antes disso, porém, será necessário passar por todas as etapas de avaliação de segurança e, a seguir, testar a imunização em humanos.