DIABETES

Tecnologia está a revolucionar o controlo da diabetes

A autovigilância através de medidores de glicose no sangue é uma componente chave dos programas de controlo e gestão da diabetes. Estudos recentes demonstram que a introdução de um código de cores associado à medição da glicemia – permitindo a compreensão imediata dos resultados – está a tornar-se fundamental para que pacientes e profissionais de saúde alcancem um melhor controlo da doença, sem incremento de custos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e ainda com benefícios clínicos e económicos comprovados.

Tecnologia está a revolucionar o controlo da diabetes

MEDICINA E MEDICAMENTOS

MEDICAMENTOS E CONDUÇÃO

A necessidade de contenção de custos no SNS é real e alguns estudos já comprovam que é possível reduzi-los através de soluções que reforçam o controlo glicémico de uma forma muito inovadora.

Esta foi uma das principais conclusões alcançadas durante o Fórum de Debate sobre a Inovação e Impacto da Tecnologia na Diabetes, realizado recentemente no Centro de Ciência Viva do Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. A iniciativa veio antecipar a celebração do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala no próximo dia 14 de novembro.

Em todo o mundo existem mais de 425 milhões de pessoas com diabetes, valor que tem vindo a crescer consideravelmente podendo, nos próximos 30 a 40 anos, este número ascender a mais de mil milhões de diabéticos.

Só no nosso país, 40,7 por cento da população (20-79 anos) tem diabetes ou hiperglicemia intermédia, o que corresponde a 3,1 milhões de portugueses. Perante estes números, há que assumir que a situação é grave e que a evolução tecnológica e digital, dada a sua expansão mundial, pode e deve assumir um papel determinante no controlo e monitorização da diabetes e, em simultâneo, na melhoria do custo-efetividade do seu tratamento.

O evento contou com a presença dos mais reputados especialistas, nacionais e internacionais, na área da diabetes, nomeadamente, o presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, José Boavida; João Rodrigues, presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar e Pedro Melo, diretor do serviço de endocrinologia no Hospital Pedro Hispano.

E a temática abordada debruçou-se, essencialmente, sobre quatro questões-chave: inovação vs. eficácia; o autocontrolo com medidores de glicemia associado a um código de cores; o custo-efetividade face à inovação e a importância da autovigilância da glicose no sangue (AVG).

A diabetes é uma das doenças com maior prevalência em todo o mundo, necessitando as pessoas com diabetes de um acompanhamento próximo, mas também de autonomia para poderem tomar decisões no seu dia-a-dia. Há que investir na criação de cuidados de saúde apropriados para a pessoa com diabetes, defendem os peritos.

Face ao investimento efetuado noutras doenças, também graves, mas que atingem uma percentagem muito menor de portugueses, a aposta na inovação na diabetes é pequena, consideram.

Segundo José Boavida, presidente da APDP, “é necessário inverter e colocar na diabetes a atenção que ela merece, temos que perceber o desafio que a inovação e o impacto da tecnologia nos colocam hoje e como é que vão ajudar as pessoas com diabetes”, salientou. Em Portugal, a situação é gritante. “Não entendemos como é que a diabetes não está todos os dias nos jornais”, referiu ainda o presidente da APDP.

De facto, os números falam por si: por dia, há duas pessoas que ficam a saber que têm diabetes, 22 pessoas com diabetes têm um AVC, 12 pessoas com diabetes morrem por causa dela, cinco pessoas saem de internamentos motivados pelo pé diabético, cerca de 500 pessoas com diabetes são internadas por causa da doença e entre três a quatro pessoas sofrem uma amputação, resultando em enormes custos sociais e emocionais para os doentes e suas famílias.

O grande foco deve incidir sobre a complexidade da doença e a necessidade de os pacientes serem capazes de medir e entender os seus resultados. É necessário fornecer-lhes as ferramentas que permitam uma fácil compreensão dos seus níveis de açúcar no sangue e do seu estado de saúde.

A medição da glicemia capilar efetuada com medidores com Tecnologia ColourSure, isto é, que utilizam um código de três cores que remetem para três situações possíveis: valores baixos (azul), dentro do objetivo (verde) ou valores altos (vermelho), conduz potencialmente a uma melhoria do controlo glicémico e a uma melhor compreensão e gestão da diabetes.

A autovigilância da glicose no sangue (AVG) com medidores com tecnologia de cores tem crescido e estudos publicados nos últimos anos indicam que a sua utilização confere aos pacientes maiores índices de autoconfiança para tomar decisões, permitindo-lhes interpretar mais facilmente os seus resultados.

Acresce que o desenvolvimento tecnológico digital permitiu a criação de uma app móvel que trouxe grandes benefícios para a pessoa com diabetes. Agora, toda a informação clínica é enviada para a cloud, onde fica armazenada, organizada e com fácil acesso, tanto para a pessoa com diabetes como para a sua equipa de saúde.

Esta poderá, assim, “fazer um tratamento prévio dos dados antes da consulta, podendo a consulta ser mais curta e bem justificada, permitindo também o atendimento de mais pacientes”, refere Pedro Melo.

De entre as várias conclusões saídas deste Fórum, destaca-se a necessidade de um maior investimento numa área que afeta uma grande parte da população, estando o futuro da diabetes dependente do acesso à tecnologia tornar-se, ou não, universal.

No que se refere à distribuição dos recursos económicos, foi unânime a conclusão de que é muito razoável que se invista prioritariamente na capacitação dos pacientes, fornecendo-lhes maior conhecimento, adesão ao plano terapêutico e motivando-os a tomar decisões que conduzam a um maior controlo da sua situação. Está demonstrado que esse facto permite reduzir as complicações associadas que só por si representam uma grande ‘fatia’ dos custos com a diabetes (37 por cento).

Fonte: press release

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