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Má qualidade do sono associada a aspetos depressivos

A má qualidade do sono está associada, em grande medida, a aspetos depressivos, disse a especialista Marta Gonçalves, que participou no simpósio “Insónia: a perspetiva da Medicina do Sono”, em Coimbra.

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“É um sintoma muito comum em 80 a 90 por cento das depressões haver insónia”, salientou a médica psiquiátrica, coordenadora da psiquiatria e medicina do sono do Hospital CUF do Porto, que, no passado sábado, 20 de outubro, participou no simpósio para falar sobre “Insónia, depressão e ansiedade - velhos problemas, novos desafios”.

Segundo a especialista em medicina do sono, que citou estudos de 2010, 18 por cento da população portuguesa sofre de insónia, sendo que a mais prevalente é a dificuldade em adormecer, e desse número dez por cento tomava medicamentos para dormir, “o que é preocupante”.

Um estudo mais recente em população adulta, com base numa amostra do grande Porto, concluiu “que 30 por cento de jovens adultos com 21 anos têm má qualidade de sono e 15,6 por cento tinham sintomas depressivos”.

“Nesse grupo, 23,5 por cento dormem menos de sete horas, que é o mínimo indicado de sono aos 21 anos (entre sete a nove horas)”, explicou.

Para Marta Gonçalves, a insónia “é um sintoma comum associado a outros sintomas depressivos, mesmo que, muitas vezes, os outros não sejam tão evidentes e apareçam mascarados”.
“Temos de estar atentos, porque 40 por cento das insónias têm esta causa, esta morbilidade psiquiátrica - quer a ansiedade, quer a depressão podem estar ligadas”, sublinhou.

Em súmula, acrescentou, “a insónia pode ser um sintoma de ansiedade e depressão, de perturbações ansiosas e do humor”.

“Por outro lado, a insónia a longo prazo, em estudos longitudinais, aumenta o risco de depressão para mais do dobro”, frisou.

Outras causas possíveis de insónias estão relacionadas com a Síndrome do Apneia do Sono, Síndrome de Pernas Inquietas, alterações do ritmo circadiano e de várias outras doenças próprias da Medicina do Sono.

De acordo com Joaquim Moita, presidente da Associação Portuguesa do Sono (APS), citado num comunicado enviado à agência Lusa, a insónia é tratável, “embora, na maioria dos casos, não o seja de forma eficaz em Portugal pelo uso excessivo e inapropriado de benzodiazepinas, que provocam dependência, alterações cognitivas, comportamentais e demência precoce”.

A APS realizou no sábado o simpósio “Insónia: a perspetiva da Medicina do Sono”, em Coimbra, com o “objetivo de discutir as principais questões relacionadas com esta patologia do sono, que afeta dez por cento da população e está associada a doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e mortalidade precoce”.

Fonte: Lusa

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