DIETA

Mudanças no estilo de vida reduzem necessidade de medicamento

Homens e mulheres com pressão arterial elevada poderiam reduzir a sua necessidade de tomar medicamentos anti-hipertensivos em apenas 16 semanas se fizessem alterações no seu estilo de vida, revela um novo estudo.

Mudanças no estilo de vida reduzem necessidade de medicamento

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“Mudanças no estilo de vida, incluindo comer uma alimentação mais saudável e praticar exercícios regularmente, podem diminuir muito o número de pacientes que precisam de tomar medicamentos para baixar a pressão. Esta medida é válida sobretudo para pessoas que têm pressão arterial sistólica entre 130 e 160 mmHg e diastólica entre 80 e 99 mmHg”, disse o médico Alan Hinderliter, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

Hinderliter e os seus colegas acompanharam 129 homens e mulheres com sobrepeso ou obesidade, com idades entre os 40 e os 80 anos que tinham hipertensão.

A pressão arterial dos voluntários estava entre 130-160/80-99 mmHg. Mais da metade eram candidatos a tomar medicação anti-hipertensiva no início do estudo, de acordo com as diretrizes mais recentes, mas nenhum estava a tomar ainda os medicamentos para baixar a pressão arterial no início do estudo.

Os cientistas atribuíram aleatoriamente cada paciente uma de três intervenções de 16 semanas. Os participantes de um grupo mudaram o conteúdo das suas dietas e participaram de um programa de controlo de peso que incluiu aconselhamento comportamental e exercício supervisionado três vezes por semana.

Os participantes alteraram os seus hábitos alimentares para um plano alimentar denominado por DASH, sigla em inglês para “Abordagem dietética para baixar a pressão arterial”. O plano tem como foco o consumi de frutas, vegetais e laticínios com baixo teor de gordura e minimiza o consumo de carne vermelha, sal e doces.

Os participantes do segundo grupo mudaram apenas a dieta e o terceiro grupo não mudou os seus hábitos alimentares, nem acrescentou exercícios à sua rotina.

Os dados apurados mostraram que aqueles que adotaram a dieta DASH e participaram do grupo de controlo de peso perderam uma média de 19 quilos e reduziram a pressão arterial numa média de 16 mmHg sistólica e 10 mmHg diastólica no final das 16 semanas.

Os que seguiram apenas o plano de alimentação DASH reduziram a pressão arterial numa média de 11 mmHg sistólica e 8 mmHg diastólica no final das 16 semanas.

Aqueles que não mudaram os seus hábitos alimentares ou de exercício experimentaram um declínio da pressão arterial numa média de 3 mmHg sistólica e 4 mmHg diastólica no final das 16 semanas.

Até o final do estudo, apenas 15 por cento daqueles que haviam mudado tanto a dieta quanto os hábitos de exercícios precisaram de medicamentos anti-hipertensivos, em comparação com 23 por cento no grupo que apenas mudou a dieta.

No entanto, não houve mudança na necessidade de medicamentos entre aqueles que não mudaram a sua dieta ou os hábitos de exercício - quase 50 por cento continuou a atender aos critérios para o tratamento medicamentoso.

Hinderliter acredita que as alterações no estilo de vida podem ser igualmente úteis para pessoas com maior risco de doença cardiovascular quanto para os pacientes que tomam medicamentos para pressão alta.

Os resultados apurados devem, contudo, ser confirmados em estudos futuros, disseram ainda os autores.


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