VITAMINA D

Maioria da população com níveis de vitamina D abaixo do recomendado

Mais de 20 por cento da população adulta portuguesa apresenta níveis de vitamina D muito abaixo do normal, que correspondem a situações de risco grave de saúde, de acordo com um estudo apresentado no passado sábado, 13 de outubro, em Coimbra, durante o Fórum D.

Maioria da população com níveis de vitamina D abaixo do recomendado

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“Cerca 21,2 por cento da população tem níveis abaixo dos dez nanogramas por mililitro (ng/ml), que corresponde a um risco de deficiência grave, de acordo com as classificações da Sociedade de Endocrinologia”, disse a reumatologista Cátia Duarte.

Segundo a especialista, que apresentou o estudo “A carência de vitamina D em Portugal”, “apenas 3,6 por cento da população tem níveis considerados normais, com níveis superiores a 30 ng/ml”.

As conclusões apontam para que mais de 60 por cento da população tenha “uma elevada prevalência de deficiência ou, pelo menos, de níveis inadequados de vitamina D”, com valores abaixo dos 20 ng/ml.

O estudo, realizado entre 2011 e 2013 pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra em colaboração com a Nova Medical School, obteve amostras de 3 092 indivíduos com mais de 18 anos.

“A população com mais idade, a partir de 70 anos e, sobretudo, com mais de 75 anos, tem uma maior carência de vitamina D, quando comparado com adultos jovens, entre os 18 e os 29 anos, com um aumento de risco de quase seis vezes de carência de vitamina D, ou seja, muito abaixo dos 10 ng/ml”, disse Cátia Duarte.

De acordo com a especialista, a inatividade física, a obesidade e o tabagismo são fatores de risco que contribuem para uma maior carência de vitamina D. “A mudança de estilos de vida é um passo importante”, explicou.

Nos grupos de risco “em que não é possível a modificação dos fatores de risco, a suplementação poderá ser indicada, embora no idoso já esteja contemplada pela Direção-Geral da Saúde”.

Além dos efeitos nefastos ao nível ósseo, “bem documentada no raquitismo da criança”, a falta de vitamina D na população adulta jovem e mais idosa está associada a diversas comorbilidades, “nomeadamente doença cardiovascular, a diabetes e maior associação a algumas neoplasias e doenças autoimunes”.

“São estudos essencialmente transversais que não permitem estabelecer uma causalidade, mas há uma grande ligação entre a deficiência de vitamina D e o aparecimento destas doenças e que podem ter efeitos ao nível de vários órgãos e sistemas, obviamente dependendo do nível de carência que tenhamos”, referiu.

No Fórum D, que decorreu sábado, em Coimbra, cerca de uma centena de especialistas discutiram também a associação e o efeito da deficiência de vitamina D em diversas doenças, como na saúde da mulher, no crescimento das crianças, no controlo do doente com epilepsia e na doença oncológica.

Os especialistas do Fórum D alertam para a importância da vitamina D e a necessidade de se tomarem medidas ao nível da saúde pública, uma vez que esta é uma vitamina que contribui para o desenvolvimento, crescimento e manutenção do equilíbrio de uma multiplicidade de órgãos e funções do corpo humano, que vão desde o período de gestação até ao fim da vida.

Fonte: Lusa

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