NATALIDADE

Número de cesarianas quase duplica em todo o mundo

Os partos por cesariana quase duplicaram em todo o mundo em 15 anos, passando de 12 para 21 por cento de todos os nascimentos registados nesse período, segundo estudos divulgados pela revista internacional The Lancet.

Número de cesarianas quase duplica em todo o mundo

BELEZA E BEM-ESTAR

BARRIGA, NINGUÉM A QUER

As análises apontam para uma elevada disparidade na percentagem de cesarianas, sobretudo entre países desenvolvidos e em desenvolvimento e regiões menos desenvolvidas.

Aliás, os estudos indicam que há cerca de 60 por cento dos países do mundo que têm uma sobre utilização das cesarianas enquanto 25 por cento têm uma subutilização, sugerindo “significativas disparidades” às recomendações médicas.

As recomendações internacionais apontam para que as cesarianas devam ficar entre dez a 15 por cento dos partos.

A taxa de cesarianas em Portugal tem ultrapassado largamente estas recomendações, situando-se, pelo menos desde 2005, sempre acima dos 30 por cento.

Nos 15 anos analisados, entre 2000 e 2015, Portugal passou de uma taxa de cesarianas de 27 para 32,3 por cento, mas chegou a ultrapassar os 35 por cento no ano 2011.

De acordo com a análise publicada na revista The Lancet, há pelo menos 15 países no mundo em que a taxa de cesarianas está acima dos 40 por cento, grande parte deles na América do Sul.

Brasil, Venezuela, Chile, Paraguai, Cuba e Colômbia estão entre os países com mais de 40 por cento de cesarianas, tal como o Egito, Turquia e Irão.

O estudo sublinha que a cesariana é uma intervenção que pode ser essencial para salvar a vida da mulher ou do bebé quando ocorrem complicações, mas que é uma cirurgia com riscos e que pode potenciar complicações em futuros partos.

“A gravidez e o partos são processos normais, que ocorrem de forma segura na maioria dos casos. O grande aumento de cesarianas – sobretudo em países mais ricos e por razões não médicas – é preocupante porque está associado a riscos para a mulher e para a criança”, indica a investigadora principal destes estudos, Marlenn Temmerman.

Esta investigação analisou dados de 169 países a partir de informações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da UNICEF.

Globalmente, as cesarianas cresceram a um ritmo de três por cento ao ano entre 2000 e 2015.

O suposto recurso abusivo à cesariana acontece sobretudo na América do Norte, na América Latina e Caraíbas e na Europa Ocidental.

Os autores consideram que é necessário reduzir o número de cesarianas realizadas, mas reconhecem que há falhas na investigação e no investimento nesta área.

Fonte: Lusa

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS