IOGA

Ioga pode ser exercício físico, mas também terapia

O ioga pode ser exercício físico puro, como defende Mafalda Antunes, personal trainer, mas também pode ser uma prática terapêutica, diz, por seu lado, a professora de ioga Teresa Viana; ou pode ainda ajudar no bem-estar físico e mental, acrescenta Catarina Lino, psicóloga e professora de ioga.

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Teresa Viana explica que, “com o ioga, é possível trabalhar a força, o equilíbrio, a concentração, a respiração, a mobilidade, o relaxamento e isso é a base para conseguir meditar”.

“O ioga é abrangente. O ioga vai ao amor-próprio e ajuda a encontrar a serenidade no meio da dor”, sublinha a professora, que dá aulas de ioga em três clubes e ao domicílio.

De acordo com Teresa Viana, o ioga permite “trabalhar o corpo de forma mais consciente”, evitando mesmo lesões, e lembra ainda que, por exemplo, o programa de aquecimento FIFA 11+ se baseia em posições do ioga.

Além disso, através desta prática, consegue-se trabalhar a “força física, mental e emocional”. Afinal, o ioga para os desportistas pode ser “um complemento do acompanhamento psicólogo”, defende Teresa, que também já trabalhou com atletas de bodyboard.

Porque se a parte física é importante, Teresa Viana não descura a mental: “É fácil estender o colchão [essencial para a prática do ioga, o mais difícil é a pessoa estar consigo própria”, conclui.

Já a personal trainer, preparadora física e adepta da prática de ioga Mafalda Antunes destaca que o “ioga pode ser adaptado à prática desportiva e melhorar a prática de atletas de alta competição, e pode, por exemplo, ter um papel determinante no emagrecimento”. Um dos benefícios é a “redução dos níveis de stress”, remata.

Mafalda Antunes dá um exemplo: quem treina ao final do dia com níveis de stress elevados, só precisa de uma atividade que reduza o stress, e essa pode ser o ioga, em vez de aulas que aceleram o ritmo cardíaco.

“Há uma visão global que é importante desmistificar em termos de fisiologia do exercício: o ioga não é esotérico”, defende a professora. Esta reconhece, no entanto, que o ioga é um “momento de estar consigo próprio”.

“É um momento de conexão com o eu, de sentir o corpo. Pode ser uma moda, mas as modas inspiram-nos, e tudo o que seja gatilho para fazer exercício físico é bem-vindo”, conclui.

Catarina Lino, psicologia e professora de ioga, defende que o ioga “é uma maneira de estar na vida, é um todo”. “Se uma pessoa não está bem, não consegue ter energia ou vitalidade, então é por aí que tem de começar”, aconselha.

“A autocompaixão tem que ver com a forma como nos tratamos a nós mesmos quando temos um desafio. É a capacidade de nos tratarmos como trataríamos um amigo, sem sermos tão exigentes connosco próprios, estabelecendo um diálogo mais suave e amistoso: ‘OK, toda a gente erra de vez em quando’, em vez de nos julgarmos. É a forma de suavizarmos o nosso diálogo interno”, explica. 

À partida parece que não há qualquer ligação entre a autocompaixão e o ioga, mas essa existe, refere. “Faz toda a diferença perceber que a pessoa pode ser talentosa e por dentro estar a recriminar-se e a ser dura consigo mesma. Por isso, mais vale ter uma prática de acordo com o seu corpo, do que forçá-lo para ser aceite pelos outros”, propõe, lembrando que nunca, entre os jovens, houve tanta pressão como atualmente.

Catarina Lino defende que as posturas do ioga foram criadas para as pessoas terem um corpo saudável e atingirem um estado espiritual. “Há coisas que a ciência diz que o budismo já dizia. Há mestrados que vão beber às fontes mais antigas das filosofias orientais e que estabelecem pontes com a ciência. O mindfulness não é mais do que tirar a parte religiosa da meditação”, aponta.

“Acho que [o ioga] não é uma moda, mas que está para ficar porque as pessoas percebem que o ritmo de vida, o caminho que a sociedade ocidental está a levar, as afasta do silêncio e que este é fundamental”, conclui.

As três especialistas em ioga falaram ao Público a propósito do festival Wanderlust, que decorre em Lisboa.

Fonte: Público

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