Os investigaodres misturaram uma argila natural, chamada montmorilonita sódica, devidamente purificada, com um gel polimérico preparado a partir de nanopartículas.

O material resultante, um nanocompósito, tem a textura de um hidrogel, cuja estrutura é formada por uma rede rígida tridimensional com inúmeros “espaços vazios” - interstícios - que permitem absorver grandes volumes de líquidos, sem que o material como um todo se dissolva. Posteriormente, esse líquido é libertado de volta aos poucos.

O nanocompósito então recebe uma carga de medicamento e administra-o de forma lenta e gradual. Dessa forma, é possível controlar a absorção dos medicamentos pelo organismo e evitar oscilações da sua concentração na corrente sanguínea.

Os testes do nanocompósito envolveram a incorporação do diclofenac sódico, um anti-inflamatório administrável por via oral ou por injeção, bastante utilizado para aliviar o inchaço e a dor gerados, por exemplo, por artrite, reumatismo, lesões musculares, cirurgias ou gota.

Ao ajustar a percentagem de argila usada na preparação dos nanocompósitos, foi possível evitar que uma dose grande de diclofenaco sódico fosse libertada no início, e que a libertação posterior ocorresse de forma pausada e a uma velocidade constante e previsível.

De acordo com os cientistas, o nanocompósito poderá ser usado para revestir comprimidos ou atuar como um sistema de libertação de fármacos para tratamentos prolongados de artrite, enxaqueca e dor pós-cirúrgica, entre outras possibilidades.