ALIMENTAÇÃO

Farinha de bambu tem mais valor nutricional

A farinha de bambu apresenta vantagens nutricionais quando comparada às farinhas de trigo, de milho ou de mandioca, tanto para o fabrico de massa, quanto de biscoitos e bolachas.

Farinha de bambu tem mais valor nutricional

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A constatação foi feita num estudo realizado pelas cientistas Maria Hermínia Felisberto e Maria Teresa Clerici, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas, no Brasil, que desenvolveram o produto.

A farinha de bambu, “feita à base de colmo jovem do bambu, possui apenas 24 g de hidratos de carbono, contra 82 g da farinha de milho, por exemplo. É também mais rica em fibras, registando 50 g deste nutriente, contra apenas 1,9 g na composição da farinha de mandioca”, disse Maria Teresa.

A farinha de bambu desenvolvida pela equipa é uma novidade a nível mundial. O broto de bambu já é utilizado na culinária oriental, onde é conhecido por ser rico em nutrientes e ter baixo teor de gordura, mas, de acordo com as investigadoras, ainda ninguém tinham usado o bambu para fazer farinha.

“[O broto de bambu] ajuda a reduzir os níveis de colesterol e também tem propriedades anticarcinogénicas. Descobrimos que o colmo jovem do bambu também é comestível e apresenta compostos benéficos à saúde, com fibras de excelente qualidade para a alimentação humana”, sublinhou disse Maria Teresa.

Quando usada no fabrico de biscoitos, a farinha de bambu permitiu reduzir em 50 por cento o açúcar e a gordura nesses alimentos, em comparação com o uso de farinhas tradicionais. A vida útil das bolachas também foi ampliada, uma vez que o seu armazenamento não necessitou de condições especiais para se manter apropriada ao consumo.

Outra vantagem é que a fibra de bambu não compromete o sabor ou a coloração do produto, sendo assim ideal para o fabrico de massas, uma vez que alguns consumidores podem não gostar de massas integrais, que apresentam coloração escura e sabor diferenciado.

Essas características fazem com que o sabor seja semelhante ao dos biscoitos tradicionais, disse a investigadora Amanda Rios Ferreira, que também usou a farinha de bambu para confecionar massas tipo fettuccine.

Na massa, a semolina foi substituída pela farinha desenvolvida no laboratório. O resultado foi positivo, com redução do índice glicémico e o aumento da quantidade de fibras, produzindo um alimento mais saudável, afirmaram as cientistas.

Para que a farinha de bambu possa chegar ao mercado, a equipa de investigadoras espera atrair empresas interessadas em viabilizar os testes finais para assegurar o seu fabrico a escala industrial.


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