GINECOLOGIA

Estilo de vida ajuda no combate à síndrome do ovário poliquístico

Estima-se que uma em cada dez mulheres tenha síndrome do ovário poliquístico (SOP), uma condição que pode diminuir de forma significativa a probabilidade de engravidar. A SOP causa ciclos menstruais irregulares e comumente atinge mulheres na faixa etária dos 20 ou 30 anos, durando mesmo depois menopausa.

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Com a SOP, as hormonas ficam desreguladas, criando um risco de infertilidade e doenças crónicas. Os tratamentos para a patologia variam, mas um estudo recente mostrou que usar ervas medicinais e ao mesmo tempo realizar mudanças no estilo de vida podem ajudar a combater a doença.

A SOP é um problema hormonal que ocorre quando a mulher atinge a idade reprodutiva. Não se sabe exatamente o que origina a patologia, mas os cientistas acreditam que algumas condições podem favorecer o desenvolvimento da doença, como o excesso de produção de insulina, inflamação e excesso de produção de androgénio. Essas condições podem estar fortemente associadas ao estilo de vida, nomeadamente à alimentação.

As mulheres que sofrem com SOP registam períodos irregulares, níveis mais altos do que os normais de hormonas masculinas, pelos faciais e corporais, calvície masculina e ovários poliquísticos que levam à menopausa. A doença também está muito associada à obesidade.

Um estudo de 2017 publicado na revista Phytotherapy Research constatou que mudar o estilo de vida era a “primeira linha de defesa” contra esta doença e tratamentos fitoterápicos adicionais também produziram benefícios.

A investigação foi realizada na Austrália e os cientistas avaliaram comunidades com mulheres com excesso de peso que tinham um índice de massa corporal (IMC) de pelo menos 24,5 kg e que sofriam de SOP.

Um conjunto de mais de 100 participantes foi dividido em três grupos, os quais fizeram alterações no estilo de vida que incluíam: uma dieta de baixa caloria, exercício moderado com o objetivo de perder pelo menos cinco por cento do peso corporal e ingestão limitada de hidratos de carbono, que podem aumentar os níveis de insulina.

Além dessas alterações no estilo de vida, dois grupos ingeriram adicionalmente comprimidos à base de plantas. O primeiro grupo recebeu uma mistura de ervas composta por canela, alcaçuz, hipericão e peónia e o segundo grupo a planta Tribulus terrestris. O terceiro grupo de mulheres foi o grupo controlo, o qual não recebeu tratamento fitoterápico.

Passados três meses, os cientistas avaliaram a frequência dos períodos menstruais, o índice de massa corporal, a circunferência da cintura, os níveis hormonais, a pressão arterial, a qualidade de vida, ocorrência de depressão e stress.

Os dados apurados mostraram que o primeiro grupo registou uma melhoria nos ciclos menstruais, IMC e circunferência da cintura. O segundo grupo apresentava níveis hormonais mais equilibrados, melhor sensibilidade à insulina e uma média de 3,5 por cento de perda de peso. Nos dois grupos que fizeram alterações no estilo de vida e fitoterapia, algumas das mulheres que perderam peso conseguiram engravidar e ter um bebé.

Por outro lado, as mudanças registadas no grupo controlo foram mínimas, disséramos os autores.


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