NUTRIÇÃO

Especialistas esclarecem dúvidas sobre nutrição

Verdade seja dita, é difícil saber o que comer nos dias de hoje. Quando as pessoas se estão a acostumar a cozinhar com óleo de coco, a cortar nos hidratos de carbono à noite ou a reduzir a ingestão de carne, surge sempre um novo estudo a dizer que tudo está errado.

Especialistas esclarecem dúvidas sobre nutrição

DIETA E NUTRIÇÃO

CHOCOLATE, O MANJAR DOS DEUSES

No mês passado, um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, considerou o óleo de coco “puro veneno” por ter no seu conteúdo gordura saturada.

Já um outro estudo recente da Universidade McMaster, no Canadá, descobriu que as pessoas podem comer, com segurança, quase o dobro da quantidade de queijo e de carne vermelha que está estipulada pelas diretrizes de saúde atualmente.

Os investigadores disseram que as suas descobertas “desafiam a sabedoria convencional” e que consumir três porções de laticínios integrais e uma porção e meia de carne vermelha por dia pode reduzir em até um quarto o risco de morte prematura e de um ataque cardíaco fatal.

“Os nossos resultados mostram que os produtos lácteos e a carne são benéficos para a saúde do coração e para a longevidade, o que contraria o conselho dietético atual. Podemos dizer também que, em relação aos hidratos de carbono, a gordura saturada é benéfica, e isso é bastante claro a partir desses dados”, disseram os cientistas.

Desde o início dos anos 90 que os hidratos de carbono têm sido cortados da dieta de muitas pessoas, após conselhos dados por vários especialistas. Mas, agora, os hidratos de carbono estão lentamente a voltar ao cardápio e existem já várias pesquisas recentes que descobriram que esses macronutrientes devem fazer parte de uma dieta saudável e podem até mesmo ajudar as pessoas a permanecerem magras.

Um estudo de meta-análise que avaliou 30 investigações académicas canadianas concluiu que comer massa três vezes por semana pode ajudar a emagrecer.

“Ao avaliar as evidências, podemos dizer agora com alguma confiança que a massa não tem um efeito adverso no peso corporal quando consumida como parte de uma dieta saudável. Na verdade, a análise mostrou uma pequena perda de peso”, disseram os investigadores.

E, apesar da antiga crença de que, a comer hidratos de carbono, deveria ser no início do dia, uma nova tendência chamada “carb backloading”, ou dieta do ritmo circadiano, aconselha a que as pessoas comam os hidratos de carbono à noite; a teoria tem como base a ideia de que comer hidratos de carbono mais tarde, e depois da atividade diária, faz com que sejam armazenados em forma de energia, ao invés de gordura, como o organismo faz na parte da manhã.

Além de mudar o horário em que se comem certos grupos de alimentos, os conselhos sobre o momento ideal em que se deve fazer as refeições também mudaram nos últimos anos. Os nutricionistas costumam aconselhar tomar o pequeno almoço até uma hora depois de acordar, o que foi pensado tendo como base a ativação do metabolismo.

Mas depois surgiu o jejum intermitente, que envolve tomar o pequeno almoço ao final da manhã. Além disso, um novo estudo parece sustentar as alegações desta tendência extremamente popular: investigadores da Universidade de Surrey, no Reino Unido, descobriram que as pessoas que tomaram o pequeno almoço 90 minutos mais tarde do que o normal e comeram o jantar à mesma hora perderam o dobro da gordura, em comparação com aqueles que não o fizeram, apesar de terem comido a mesma quantidade de comida.

Os cientistas acreditam que essa rotina faz com que os “tempos alimentares” estejam em sincronia com o ritmo circadiano natural do corpo, o que ajuda a metabolizar os alimentos com mais eficiência.

Um estudo da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, também descobriu que ajustar a programação alimentar, sem alterar o que se come, pode ajudar na perda de peso.

Mas o nutricionista Ian Marber explicou ao The Sidney Morning Herald que “as constantes alterações dos conselhos nutricionais são normais porque estão em consonância com os avanços da ciência nesta área, que são dinâmicos e estão em constante transformação”.


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