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Avaliação dentária das crianças dá pistas sobre estado de saúde

A avaliação dos dentes de crianças pode ajudar a identificar aquelas que correm maior risco de desenvolver doenças como a obesidade, diabetes e doenças cardíacas, revelou um estudo internacional.

Avaliação dentária das crianças dá pistas sobre estado de saúde

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

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Investigadores da Universidade de Bradford, no Reino Unido, revelaram que a análise dos dentes de leite de esqueletos centenários de crianças recolhidos de um local do Século X em Northamptonshire, Inglaterra, forneceu um indicador mais confiável dos efeitos da dieta e do estado de saúde do que os ossos.

O estudo, publicado no American Journal of Physical Anthropology, mostrou que ao analisar a dentina dos dentes de leite daquelas crianças anglo-saxónicas, foi possível observar um quadro do desenvolvimento dessas crianças a partir do terceiro trimestre de gravidez, sendo este um indicador que também permite aferir o estado de saúde das mães.

Os esqueletos analisados ​​são de um grupo de crianças conhecido por ter sido subnutrido e por ter tido um crescimento comprometido.

Os cientistas também puderam observar crianças de diferentes idades para ver se aqueles que sobreviveram aos primeiros mil dias desde a conceção, durante os quais fatores como a altura foram medidos, tinham diferentes biomarcadores para o stress, quando comparado com aqueles que morreram noutra altura.

Os investigadores verificaram que os dentes, ao contrário dos ossos, continuam a crescer sob stress e, contrariamente aos ossos, registaram altos valores de nitrogénio. Esta evidência dá uma imagem mais clara sobre a evolução do estado de saúde e de nutrição da criança antes mesmo do nascimento. Os dentes estão, de facto, a agir como um “arquivo de dieta” e saúde da criança e da mãe.

“Esta é a primeira vez que podemos medir com confiança os valores de dentina in útero. Descobrimos que quando ossos e dentes se formam ao mesmo tempo, o osso não regista valores elevados de nitrogénio que ocorrem durante o stress. A nossa hipótese é que o osso não está a crescer, mas os dentes sim. Assim, a arqueologia não pode confiar apenas na evidência dos ossos. Os dentes são mais fiáveis ​​à medida que continuam a crescer, mesmo quando a criança está a passar fome”, disseram os investigadores.

Os cientistas acreditam que esta descoberta pode ter uma aplicação direta na medicina moderna.

“Há um consenso crescente de que fatores como baixo peso ao nascer têm um impacto significativo na probabilidade de desenvolver condições como doenças cardíacas, diabetes e obesidade e que os primeiros mil dias a partir da conceção definiram o nosso modelo. Os dentes de leite das crianças modernas, da mesma forma que os esqueletos das crianças anglo-saxónicas, podem-nos ajudar a medir os mesmos valores e ver os fatores de risco que provavelmente enfrentarão mais tarde, permitindo que medidas sejam tomadas para mitigar tais riscos”, concluíram.

Fonte: Eurekalert

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