BACTÉRIA

Argila tem capacidade para combater superbactérias em feridas

Ao longo dos últimos anos, cientistas da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, têm confirmando em vários estudos que a argila tem capacidade para eliminar bactérias de feridas.

Argila tem capacidade para combater superbactérias em feridas

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Agora, juntamente com colegas da Clínica Mayo, os investigadores daquela universidade descobriram que a argila é ainda mais eficaz do que pensavam no combate a esses agentes patogénicos.

Pelo menos um tipo de argila, aplicada em feridas e infeções, ajuda a combater também as superbactérias, como são conhecidas como bactérias resistentes aos antibióticos.

"Demonstrámos que essa argila com ferro na forma reduzida pode matar algumas cepas de bactérias nas condições de laboratório usadas, incluindo bactérias cultivadas como biofilme, que podem ser especialmente difíceis de tratar", afirmou o cientista Robin Patel.

Os biofilmes desenvolvem-se quando as bactérias se fixam em superfícies, são um género de filme, ou revestimento protetor, que faz com que esses microrganismos se tornem resistentes aos antibióticos. Os biofilmes estão presentes em dois terços das infeções.

"Este estudo é um avanço importante para compreender as propriedades de argilas, como a argila azul de Oregon, que apresentou propriedades medicinais, sendo capaz de aderir às bactérias patogénicas", acrescentou Enriqueta Barrera, da Fundação Nacional da Ciência dos Estados Unidos, que financiou a pesquisa.

Em ensaios de laboratório, a argila apresentou efeitos antibacterianos contra as bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus, entre outras, incluindo cepas resistentes como a CRE (Enterobactéria Resistente à Carbapanema) e a MRSA (Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina).

A suspensão de argila foi eficaz contra várias bactérias, tanto em estado planctónico quanto de biofilme.

Os cientistas ressaltam que apenas uma concentração da suspensão de argila foi testada até agora. Os ensaios de laboratório são a primeira etapa para simular o ambiente complexo encontrado numa ferida real infetada.

A equipa sublinha, contudo, que nem todos os tipos de argila são benéficos. Algumas, na verdade, podem ajudar as bactérias a crescer. Serão necessários mais estudos para identificar e reproduzir as propriedades das argilas antibacterianas, com o objetivo de possivelmente sintetizar um composto consistente dos principais minerais sob um controlo de qualidade.


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