Esta foi a conclusão a que chegaram investigadores australianos depois de estudarem as ligações entre a dieta e a desmielinização do sistema nervoso central, que é frequentemente o primeiro estadio da esclerose múltipla.

A doença ocorre quando há perda ou dano do isolamento em torno das fibras nervosas que transportam sinais de e para as células cerebrais.

Os especialistas analisaram dados de quase 700 pessoas em toda a Austrália e relatam as descobertas num artigo publicado no Multiple Sclerosis Journal.

"Há uma série de fatores de risco ambientais conhecidos para esta doença", disseram os investigadores da Universidade Curtin, na Austrália, que investigaram as ligações entre "padrões alimentares e risco de um primeiro diagnóstico clínico" de desmielinização do sistema nervoso central, através de dados de um estudo feito entre 2003 e 2006.

Os dados incluíam respostas a questionários detalhados sobre os tipos de alimentos que as pessoas comiam e com que frequência as comiam.

Ao analisar os principais componentes alimentares, os especialistas identificaram dois principais padrões alimentares: um "padrão alimentar" era uma dieta saudável rica em peixe, ovos, carnes de aves, legumes e verduras; o outro era uma dieta "estilo ocidental" que era rica em laticínios integrais e carnes vermelhas e pobre em nozes, frutas frescas, cereais integrais e laticínios com baixo teor de gordura.

Os investigadores observaram que as duas dietas representaram 9,3 e 7,5 por cento da variabilidade nos padrões alimentares, respetivamente.

Das 698 pessoas cujos dados a equipa analisou, 252 foram diagnosticados com desmielinização do sistema nervoso central e 446 foram controlos "saudáveis".
Os resultados mostraram que um maior consumo de alimentos saudáveis ​​estava associado a um menor risco de um primeiro diagnóstico de desmielinização.

Em comparação com os indivíduos que consumiram menos alimentos saudáveis, a redução do risco nas pessoas que consumiram a maior quantidade de alimentos saudáveis ​​foi de cerca de 50 por cento.

"Esta descoberta é especialmente relevante para aqueles que atualmente consomem baixas quantidades desses alimentos", acrescentaram os cientistas, que sugerem que há uma necessidade de melhorar a educação sobre como seguir uma dieta saudável para aqueles que estão em alto risco para a esclerose múltipla.

"Como a esclerose múltipla é uma condição que atualmente não pode ser curada, é importante fornecer conselhos precisos para as pessoas que estão em maior risco de desenvolver a doença, pois isso pode ajudar a melhorar o seu estilo de vida e dieta", concluíram os autores.