ALIMENTAÇÃO

Sal pode não ser tão prejudicial para saúde

O sal pode não ser tão prejudicial à saúde como é comummente alegado, de acordo com um novo estudo controverso que sugere que campanhas para persuadir as pessoas a reduzirem o consumo de sal podem são indicadas apenas em países com consumo muito alto de sódio, como a China.

Sal pode não ser tão prejudicial para saúde

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda cortar a ingestão de sódio para não mais do que dois gramas por dia, o equivalente a cinco gramas de sal, devido à sua ligação com o aumento da pressão arterial, que, por sua vez, está implicada em várias doenças cardiovasculares.

Mas nenhum país jamais conseguiu baixar o consumo de sal ou de sódio da população, afirmaram os autores do estudo, publicado na revista The Lancet. A recente pesquisa, dizem os académicos canadianos que a conduziram, mostra que pode ser inútil tentar diminuir a ingestão de sal em países como o Reino Unido e os Estados Unidos.

O estudo, realizado pelo Instituto de Pesquisa em Saúde Populacional da Hamilton Health Sciences e da Universidade McMaster, no Canadá, envolveu mais de 90 mil pessoas em mais de 300 comunidades em 18 países.

Após ser publicado, o estudo reacendeu um conflito latente com outros cientistas que estão numa verdadeira "cruzada" para reduzir o consumo de sal para quase zero.

Os investigadores descobriram que os efeitos nocivos do sódio (pressão sanguínea elevada e derrame cerebral) só ocorreram em países como a China, onde o uso generalizado de molho de soja leva a níveis de sódio acima de cinco gramas por dia, o equivalente a doze gramas de sal.

Os cientistas também descobriram que níveis muito baixos de sal favoreciam a ocorrência de mais ataques cardíacos e mortes, sugerindo que a ingestão moderada de sal pode ser protetora.

"O nosso estudo acrescenta evidências crescentes para sugerir que uma ingestão moderada de sódio pode ter um papel benéfico na saúde cardiovascular, mas um papel potencialmente mais prejudicial quando a ingestão é muito alta ou muito baixa. Esta é a relação que esperamos para qualquer nutriente essencial à saúde. O organismo precisa de nutrientes essenciais, como o sódio, mas a questão é quanto", esclareceram os cientistas.

Há dois anos, a mesma equipa publicou um estudo com resultados semelhantes, também na revista The Lancet, mas as descobertas foram rejeitadas pela Associação Americana de Cardiologia.

Fonte: Guardian

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