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Cannabis vaporizada inalada não combate falta de ar no exercício

A cannabis vaporizada inalada não pareceu melhorar ou piorar o desempenho do exercício e a falta de ar relacionada com a prática de atividade física por parte de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) avançada, de acordo com um estudo publicado na revista Annals ofthe American Thoracic Society.

Cannabis vaporizada inalada não combate falta de ar no exercício

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Os investigadores da Universidade McGill, no Canadá, relataram que o estudo não encontrou uma diferença entre a cannabis vaporizada e o placebo nos volumes pulmonares ou na frequência cardíaca em repouso ou durante o exercício.

O estudo também mostrou que a cannabis não afetava a função cognitiva, o humor ou a psicoatividade.

A falta de ar em pacientes com DPOC é alta. Mesmo quando têm a medicação ideal para a doença pulmonar, muitos pacientes continuam a sofrer de falta de ar incapacitante em repouso e durante a realização de atividades básicas da vida diária.

"Nós soubemos do potencial terapêutico da cannabis na gestão dos sintomas da DPOC pelos próprios pacientes e decidimos prosseguir com este estudo porque os pacientes estavam a relatar alívio sintomático dos seus sintomas após o uso de cannabis vaporizada inalada", disseram os cientistas.

Na década de 1970, estudos relataram que fumar cannabis abria as vias aéreas de adultos com e sem asma. Mais recentemente, um grande estudo observacional encontrou uma associação positiva entre o uso de cannabis e o volume expiratório forçado (a quantidade de ar que pode ser exalada com força num segundo) e a capacidade vital forçada (a quantidade total de ar que pode ser exalada após a respiração).

No atual estudo cruzado foram avaliados 16 pacientes com DPOC avançada, os quais estavam a tomar a medicação certa para a doença pulmonar: terapia de inalação dupla ou tripla (antagonista muscarínico de longa duração e broncodilatador beta2-agonista de longa duração com ou sem corticosteroide inalatório).

Os participantes foram selecionados aleatoriamente para inalar uma dose única de cannabis vaporizada ou um placebo antes de se exercitarem numa bicicleta estacionária; nem os investigadores nem os pacientes sabiam quem recebeu a cannabis vaporizada ou o placebo.

Embora o estudo não tenha encontrado um efeito negativo ou positivo clinicamente significativo da cannabis vaporizada na falta de ar durante o exercício ou no desempenho do exercício, os cientistas notaram uma variabilidade na resposta à cannabis.

Depois de inalar a cannabis vaporizada, a falta de ar durante o exercício melhorou em quatro dos 16 pacientes. Nos restantes 12 doentes, a falta de ar durante o exercício não melhorou nem piorou.

Contudo, os resultados dos testes podem não ser generalizáveis ​​porque o número de participantes era pequeno e representava um grupo relativamente homogéneo de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crónica estável.

"Futuros ensaios clínicos são necessários e devem avaliar o potencial terapêutico de várias doses de cannabis vaporizada e oral, incluindo óleos e pílulas, administradas por períodos mais longos de tempo em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crónica leve a moderada", afirmaram os cientistas.


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