MÉDICO

Médicos interrompem discurso dos doentes após 11 segundos

Os médicos passam apenas 11 segundos, em média, a ouvir os pacientes antes de os interromperem, de acordo com um novo estudo realizado por uma equipa de cientistas dos Estados Unidos e do México.

Médicos interrompem discurso dos doentes após 11 segundos

DIETA E NUTRIÇÃO

OBESIDADE, DOENÇA OU DESLEIXO

Esta equipa estudou as consultas clínicas entre pacientes e médicos para testar ferramentas partilhadas de tomada de decisão. Publicado no Journal of General Internal Medicine, o estudo descobriu que os médicos têm muita falta de atenção em relação aos pacientes.

"Os nossos resultados sugerem que estamos longe de alcançar um tratamento centrado no paciente", disseram os cientistas, que analisaram 112 consultas registadas entre médicos e pacientes em clínicas gerais do Minnesota e Wisconsin, nos Estados Unidos.

Os cientistas verificaram que os médicos despendiam apenas 11 segundos, em média, a ouvir um paciente a descrever as suas razões para os visitar antes de serem interrompidos.

A equipa contou apenas quanto tempo levou um médico para interromper se o médico primeiro dissesse algo como "O que posso fazer por você hoje?" Ou "Diga-me o que o traz aqui hoje", permitindo que os pacientes definam o tema da conversa.

"Se feito respeitosamente e com o melhor interesse do paciente em mente, interrupções no discurso do paciente podem esclarecer ou focar a conversa e, assim, beneficiar os pacientes. No entanto, parece improvável que uma interrupção, mesmo para esclarecer ou centrar a atenção, possa ser benéfica no estágio inicial do encontro", explicaram.

O estudo constatou que 67 por cento dos pacientes foram interrompidos após responder a questões e apenas 36 por cento dos médicos fizeram perguntas que convidavam os pacientes a direcionar o foco da conversa.

Os médicos especialistas deram ainda menos tempo do que os médicos de cuidados primários. Isso pode ocorrer porque os médicos especialistas são frequentemente informados sobre o motivo da consulta previamente.

Nas consultas de cuidados primários, 49 por cento dos pacientes conseguiram explicar o que queriam ao médico, enquanto em consultas de especialidade, apenas 20 por cento dos pacientes conseguiram explicar o motivo da consulta.

Nas consultas de cuidados especializados, oito dos dez pacientes foram interrompidos, mesmo que conseguissem dizer o que queriam.

A média de duração das consultas foi de 30 minutos. Contudo, as consultas foram mais longas quando os pacientes puderam explicar o motivo da visita no início da conversa, quando comparado com as consultas nas quais os pacientes não tiveram essa oportunidade.

Os cientistas esperam que estudos futuros revelem se permitir que um paciente fale por mais tempo afeta positivamente o resultado da consulta.

Fonte: Newsweek

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS