DENGUE

Aquecimento global pode aumentar casos de dengue

Um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) revela que até 3,3 milhões de novos casos de dengue podem ser evitados anualmente na América Latina se o aumento da temperatura não exceder 1,5°C até o final do século. E se o aquecimento global permanecer até 2°C, o surgimento de 2,8 milhões de casos anuais de dengue na América Latina será evitado até 2100.

Aquecimento global pode aumentar casos de dengue

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Em contraste, num cenário onde pouco é feito para controlar a emissão de gases de efeito estufa, o aumento da temperatura média global chegaria a 3,7°C e a região poderia ter uma média de 12 milhões de casos adicionais por ano da doença até o final do século.

Segundo explicaram os cientistas, o aumento da temperatura média global aumentaria a área de reprodução do Aedes aegypti, transmissor da doença, e com isso aumentaria a possibilidade de mais pessoas em áreas de clima temperado contraírem dengue.

Nos três cenários, o número de casos chegaria ao seu pico em meados do século e começaria a diminuir um pouco até 2100, devido a mudanças no clima, já que a temperatura começaria a cair um pouco no final deste século.

A investigação baseou-se nos números dos casos de dengue ocorridos entre 1961 e 1990 nos três países mais populosos da América Latina: Brasil, Colômbia e México, que foram comparados com os padrões climáticos e transmissão da doença nesse período.

Os resultados foram cruzados com as projeções de mudanças climáticas futuras geradas a partir de três cenários de aumento da temperatura global considerados nos modelos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

Os dados apurados mostraram que o número de casos de dengue em meados deste século seria 260 por cento maior do que no período estudado, e 234 por cento a mais até 2100, se a temperatura média global atingir 3,7°C.

A meta estabelecida pelo Acordo Climático assinado em Paris em 2015 é um aumento de 1,5 a 2°C.

Estudos como este são interessantes porque fornecem dados quantitativos, a partir dos quais os gestores podem planear políticas públicas e ser orientados a tomar decisões.

No entanto, a ligação entre clima e doença não é linear: o clima afeta o crescimento e a expansão do vetor, e não necessariamente a expansão da doença.

Fatores como desenvolvimento socioeconómico e políticas públicas de saúde podem conter o avanço de doenças como a dengue, mesmo que haja um aumento no número de mosquitos Aedes aegypti transmissores da doença.

O desenvolvimento socioeconómico, que garante uma boa infraestrutura para o tratamento de doenças como a dengue, está ausente em muitas regiões endémicas, como a América Latina, o Sudeste Asiático e o continente africano.

Doenças como as transmitidas pelo Aedes aegypti, assim como a malária e a febre amarela, afetam populações mais marginalizadas e vulneráveis.

Os impactos da mudança climática acabam por afetar mais as populações vulneráveis ​​e, portanto, os seus efeitos sobre as mesmas são muito piores.

Fonte: Boa Saúde

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