PROTEÍNA

Proteína pode explicar por que mulheres têm mais doenças autoimunes

Os cientistas têm descoberto cada vez mais mecanismos que podem explicar as diferenças de género no desenvolvimento de reumatismo e outras doenças autoimunes. Nessas doenças, o sistema imunológico cria anticorpos que atacam o próprio organismo.

Proteína pode explicar por que mulheres têm mais doenças autoimunes

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Quase todas as doenças autoimunes afetam mais as mulheres do que os homens. Essa diferença entre os géneros é especialmente relevante no caso do lúpus, uma patologia grave, também conhecida como lúpus eritematoso sistémico, ou LES. Nove em cada dez dos pacientes acometidos pelo LES são mulheres.

Já se sabe que há uma ligação entre a hormona sexual masculina testosterona e a proteção contra doenças autoimunes - as mulheres têm apenas um décimo da testosterona encontrada nos homens e essa hormona reduz o número de células B, um tipo de linfócito que produz anticorpos nocivos.

Uma equipa de cientistas liderada pela investigadora Anna Wilhelmson, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, estudou um mecanismo envolvido nesse processo que ainda não é totalmente compreendido - mais especificamente, a conexão entre a testosterona e a produção de células B no baço.

Depois de realizar vários testes com animais em laboratório e análises de amostras de sangue de 128 homens, os cientistas concluíram que existe um elemento chave que interfere nesse processo: a proteína BAFF (fator de ativação das células B), que torna as células B mais viáveis.

"Nós concluímos que a testosterona suprime a BAFF. Se houver uma eliminação da testosterona, haverá mais BAFF e, assim, mais células B no baço. A descoberta da ligação entre a testosterona e a BAFF é completamente nova", disseram os autores.

Estes novos resultados estão em consonância com um estudo anterior que mostrou que variações genéticas na BAFF podem estar associadas ao risco de desenvolvimento de doenças como o lúpus. Essa doença é tratada com inibidores de BAFF, um medicamento que, no entanto, não correspondeu às expectativas.

"É por isso que esta informação sobre como o corpo regula os níveis de BAFF é extremamente importante, para que possamos continuar a juntar as peças e tentar compreender quais pacientes devem receber inibidores de BAFF e quais não deveriam. Assim, o nosso estudo serve como um base para mais investigações sobre como o medicamento pode ser usado deforma mais eficaz", concluíram os investigadores.


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