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Ligação entre nariz e cérebro pode explicar benefícios da meditação

Há cada vez mais evidências fisiológicas que relacionam os padrões de respiração com as regiões do cérebro que controlam o humor e a emoção, ajudando a explicar porque práticas como a meditação e o ioga fazem tão bem à saúde.

Ligação entre nariz e cérebro pode explicar benefícios da meditação

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As duas práticas usam a respiração como ponto de partida para os seus objetivos psicológicos e espirituais.

Agora, Minghong Ma e Andrew Moberly, cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, descobriram uma via que pode explicar esses efeitos benéficos: neurónios associados ao sistema olfativo que fazem uma conexão entre a respiração e o comportamento.

Padrões neuronais de conexão que ocorrem entre essas interações podem ajudar a explicar por que práticas de respiração rítmica podem ajudar as pessoas a superar diversos problemas, como a ansiedade.

Os cientistas descobriram que o nariz parece executar uma tarefa dupla quando cumpre as suas funções de suporte à inspiração e à expiração: é capaz de controlar atividades cerebrais e de ser controlado por estas.

Para comprovar esta dupla função, os investigadores primeiro treinaram ratinhos associando um som específico a um ligeiro choque no pé para induzir uma reação de medo nesses animais.

Os resultados do teste mostraram que bastava tocar o som associado ao choque no pé para que os animais deixassem de se movimentar.

Já se sabia que a amígdala e o córtex pré-frontal pré-límbico, associados à aprendizagem, memória, emoções e tomada de decisões, ficam eletricamente ativos durante a reação de medo, com uma vibração média de 4 Hz.

A nova experiência mostrou que o comportamento de congelamento, a taxa de respiração e a atividade elétrica dessas regiões cerebrais são todas coordenadas exatamente no mesmo comprimento de onda, mostrando que há uma rota neural que une todos os órgãos envolvidos, do nariz aos pulmões, passando por partes internas profundas do cérebro.

Sabendo que os seres humanos têm a capacidade de controlar voluntariamente os padrões de respiração, "agora [os cientistas da área] estão a questionar a função de respirarmos de forma diferente em diferentes situações emocionais," explicou Ma.

"Evolutivamente isto faz sentido. Se um ratinho na Natureza sentir o perigo através do olfato, por exemplo, ele pode parar e retardar a respiração como um instinto de sobrevivência. Agora, queremos saber como podemos aplicar esse conhecimento aos humanos. Seria interessante descobrir quais padrões de respiração são mais eficazes em influenciar a atividade cerebral e os estados emocionais humanos," concluiu o investigador.


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