ALIMENTAÇÃO

Pesticidas causam danos cerebrais e comida orgânica é o futuro

Comer alimentos com altos níveis de pesticidas provoca um efeito adverso no cérebro, de acordo com uma revisão de estudos científicos já realizados sobre o tema encomendada pelo Parlamento Europeu.

Pesticidas causam danos cerebrais e comida orgânica é o futuro

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Os eurodeputados queriam saber se os alimentos orgânicos eram mais saudáveis ​​do que os cultivados convencionalmente e pediram que os especialistas analisassem a pesquisa relevante nesta área.

Um relatório baseado nessa revisão destaca que um estudo realizado na Califórnia, nos Estados Unidos, descobriu que crianças cujas mães tinham metabólitos organofosforados – presente em muitos pesticidas - durante a gravidez registaram mais probabilidade de ter "desenvolvimento mental deficitário aos dois anos de idade, problemas de atenção aos três anos e meio e cinco anos e pior desenvolvimento intelectual aos sete anos".

Outro estudo calculou que cerca de 13 milhões de pontos de QI por ano são perdidos como resultado da ingestão de pesticidas, o que representa uma perda de aproximadamente 125 mil milhões de euros em toda a União Europeia.

O relatório sugeriu ainda que esse número provavelmente estaria subestimado, já que não levou em conta o possível impacto de pesticidas em doenças como Parkinson, diabetes e alguns tipos de cancro.

Os especialistas também levantaram preocupações sobre a regulamentação de pesticidas. Apesar de serem alvo de "uma avaliação abrangente de risco antes do lançamento no mercado, lacunas importantes permanecem", alertaram.

"Pelo menos 100 pesticidas diferentes [são] conhecidos por causar efeitos neurológicos adversos em adultos e todas essas substâncias devem, portanto, ser suspeitas de serem capazes de danificar cérebros em desenvolvimento também", acrescentaram.

Alimentos orgânicos, no entanto, contêm baixos níveis de pesticidas e os "riscos potenciais para a saúde humana são amplamente evitados", sublinharam ainda.

"Há indícios de que as culturas orgânicas têm um nível de cádmio mais baixo do que as culturas convencionais devido às diferenças no uso de fertilizantes e matéria orgânica do solo, uma questão que é altamente relevante para a saúde humana", destacou Ewa Rembiałkowska, da Universidade de Varsóvia.

"O leite orgânico tem um nível mais alto de ácidos graxos ómega-3 benéficos, em comparação com o leite convencional, embora não possamos obter nenhum benefício específico para a saúde", acrescentou.

"Descobrimos que as pessoas que preferem alimentos orgânicos também têm preferências dietéticas mais saudáveis, incluindo mais vegetais, frutas e produtos integrais e menos carne", referiu, por sua vez, o investigador Johannes Kahl, acrescentando que "esses padrões também são favoráveis ​​sob a perspetiva da sustentabilidade ambiental".

O relatório concluiu ainda que havia uma ligação entre o consumo de alimentos orgânicos e uma diminuição do risco de doenças alérgicas, bem como benefícios potenciais para pessoas com sobrepeso ou obesidade.


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