Seguir recomendações sobre como evitar esses produtos químicos pode ajudar a minimizar a exposição e potencialmente reduzir o risco de obesidade e as suas complicações.

Os produtos químicos que interferem no modo como os corpos armazenam e processam a gordura são chamados de "obesogénicos" e têm sido sugeridos como possíveis elementos que contribuem para o crescente número de casos de obesidade.

Os "obesogénicos" reprogramam a forma como as células funcionam de duas maneiras principais: podem promover a acumulação de gordura aumentando o número e o tamanho das células adiposas ou aumentando o apetite, ou podem dificultar a perda de gordura, alterando a capacidade do corpo de queimar calorias.

Estudos anteriores identificaram esses produtos químicos em muitos produtos do quotidiano, como pesticidas, plásticos, revestimentos e adoçantes artificiais; esta nova análise teve como objetivo mostrar aos profissionais de saúde, e ao público, as principais fontes de "obesogénicos" e inclui recomendações específicas sobre como minimizar a exposição.

Investigadores das Universidades de Aveiro e Beira Interior, em Portugal, reviram levantamentos epidemiológicos existentes e novos estudos em animais, e mostraram que as fontes mais importantes de exposição a "obesogénicos" no interior são a dieta, o pó doméstico, produtos químicos de limpeza, utensílios de cozinha ou cosméticos.

"Os "obesogénicos" podem ser encontrados em quase todos os lugares, e a nossa dieta é a principal fonte de exposição, pois alguns pesticidas e adoçantes artificiais são "obesogénicos".

Igualmente, eles estão presentes em plásticos e produtos caseiros, então reduzir completamente a exposição é extremamente difícil, contudo, reduzir significativamente não é apenas viável, mas também muito simples", disseram os investigadores.

Com base nos resultados da revisão, os especialistas sugerem recomendações específicas para reduzir a exposição a estes produtos, como escolher alimentos frescos, comprar frutas e legumes produzidos sem pesticidas, como produtos certificados orgânicos, reduzir o uso de plásticos, remover os sapatos ao entrar em casa, aspirar frequentemente, usando filtros de ar particulado de alta eficiência e, entre outros, evitar produtos de limpeza.

Mais estudos são necessários para fornecer evidências inequívocas de que forma os "obesogénicos" contribuem para a epidemia de obesidade.

"Estes são pequenos passos para alcançar um estilo de vida livre destes produtos, mas é um bom começo", comentaram os cientistas portugueses.