O estudo examinou se tornar-se voluntário no momento da viuvez está associado à redução dos riscos de solidão, uma preocupação significativa de saúde pública, particularmente para aqueles que perderam o cônjuge, ligados à pior saúde física, depressão e até mortalidade precoce.

Os resultados foram publicados no The Journals of Gerontology.

"Tornar-se viúva é uma das transições mais difíceis que as pessoas enfrentam mais tarde na vida", disseram os investigadores da Universidade Estadual da Geórgia, nos Estados Unidos, que descobriram que, "para as pessoas em geral, a viuvez está associada ao aumento da solidão ao longo do tempo. Entre as pessoas que ficaram viúvas e que começaram a fazer voluntariado 100 horas por ano, o que é cerca de duas horas por semana, os níveis de solidão reduziram drasticamente".

Para o estudo foram analisados dados de 5 882 adultos casados, com idades a partir dos 51 anos. Usando dados de 2006 a 2014 para os indivíduos que eram casados e continuaram casados ou ficaram viúvos, os investigadores determinaram a relação entre solidão e ficar viúvo e se a solidão de perder um cônjuge foi reduzida pelo voluntariado.

O estudo descobriu que a solidão era significativamente maior naqueles que ficam viúvos em comparação com aqueles que permanecem casados. No entanto, começar a ser voluntário duas ou mais horas por semana resultou numa diminuição da solidão, com níveis de solidão semelhantes aos de indivíduos que continuavam casados e que também eram voluntários.

Os resultados sugerem que o voluntariado de maior intensidade (cerca de duas horas por semana) é uma intervenção potencial para aliviar a solidão em adultos mais velhos que ficaram viúvos recentemente, sendo que os autores consideram o voluntariado como uma "nova integração social que pode compensar a perda".