MENOPAUSA

Menopausa tardia pode proteger memória das mulheres

Uma nova pesquisa, publicada na revista Neurology, sugere que um início tardio da menopausa pode beneficiar as habilidades de memória das mulheres mais velhas, mais tarde na vida.

Menopausa tardia pode proteger memória das mulheres

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A investigação, realizada pela Universidade de Londres, no Reino Unido, questionou sobre se a idade em que uma mulher inicia a menopausa influencia a performance da memória anos depois.

A equipa analisou dados de 1 315 mulheres que foram acompanhadas clinicamente desde o nascimento, a partir de março de 1946; essas mulheres fizeram pelo menos uma avaliação cognitiva quando eram adultas.

Além disso, a pesquisa incluiu perguntas sobre a idade em que surgiu a menopausa e outros aspetos relacionados com a saúde reprodutiva.

Aos 43, 53, 60, 64 e 69 anos, as participantes foram solicitadas a fazer testes de memória verbal e testes de velocidade de processamento cognitivo. A avaliação de memória consistiu numa tarefa na qual as participantes foram solicitadas a relembrar quantos itens possível a partir de uma lista de 15, tendo-o feito três vezes. A pontuação máxima alcançável nesta tarefa foi de 45 (um ponto para cada palavra).

Além disso, a pesquisa incluiu informações sobre se as mulheres estavam a terapia de reposição hormonal, se realizaram alguma cirurgia, como uma histerectomia, a sua capacidade cognitiva enquanto crianças e alguns outros fatores sociais, como o nível de escolaridade e a ocupação.

O estudo revelou que, em média, as participantes lembraram-se de 25,8 palavras aos 43 anos, um número que diminuiu para 23,3 palavras aos 69 anos. Mas as mulheres cuja menopausa ocorreu naturalmente, e mais tarde na vida, tiveram pontuações mais altas, tendo sido capazes de se lembrar de 0,09 palavras adicionais por ano. Essa correlação não foi afetada pelo uso da terapia de reposição hormonal.

"A diferença nas pontuações de memória verbal para uma diferença de dez anos no início da menopausa foi pequena, mas é possível que esse benefício se possa traduzir num risco reduzido de anos de demência mais tarde", referiram os autores.

Por outro lado, nenhuma correlação semelhante entre idade e memória foi observada entre as mulheres que tiveram menopausa induzida por cirurgia. Além disso, os cientistas não encontraram nenhuma correlação entre a idade de início da menopausa e as capacidades de processamento de informações das mulheres.

"Essa diferença (entre habilidades de memória e velocidade de processamento) pode ser devida ao papel do recetor de estrogénio, que regula o gene que codifica o fator neurotrófico derivado do cérebro", disseram os especialistas.

Os autores concluíram que as descobertas sugerem que os processos hormonais ao longo da vida, e não apenas as flutuações de curto prazo durante a transição para a menopausa, podem estar associados à memória verbal, consistente com evidências de uma variedade de estudos neurobiológicos já realizados.


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