UROLOGIA

Meio milhão de portugueses sofrem de incontinência em silêncio

Apenas dez por cento dos cerca de 600 mil portugueses que sofrem de incontinência procuram ajuda, alerta a Associação Portuguesa de Urologia (APU), no âmbito da Semana da Incontinência Urinária, que começou esta segunda-feira.

Meio milhão de portugueses sofrem de incontinência em silêncio

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A bexiga hiperativa é uma condição que afeta cerca de 1,7 milhões de portugueses e que, em aproximadamente um terço dos doentes, está associada a incontinência urinária.

"Não há necessidade de sofrer em silêncio. Os 540 mil que sofrem sem consultar o médico não devem ter embaraço de falar com o médico de família ou com um especialista", disse Paulo Dinis, urologista no Hospital de São João, no Porto, e membro da APU.

Na maior parte das vezes, "são situações curáveis ou controláveis", destaca o especialista, referindo que é a vergonha que impede muitas pessoas de alcançar a cura.

"Por embaraço ou por acharem que é uma fatalidade, as pessoas deixam andar", lamenta o médico. Só dez por cento procuram o médico, enquanto os restantes escondem o problema, automedicam-se e isolam-se.

Para a Incontinência Urinária de esforço - perdas de urina quando a pessoa se ri, tosse, espirra, faz exercício, se curva ou pega em pesos -, a taxa de sucesso das intervenções ronda os 90 por cento.

"E a incontinência urinária por imperiosidade ou urgência [que ocorre repentinamente, acompanhada de uma vontade súbita e intensa de ir à casa de banho] é controlável em muitas situações com medicação oral", acrescenta o especialista.

A Semana da Incontinência Urinária é "para chamar a atenção que existe uma esperança" para quem sofre de Incontinência Urinária, que tem como fatores de risco os partos, a obesidade, a tosse crónica, os fatores genéticos, a obstipação, a idade, alguma medicação", destaca.

O presidente da APU, Luís Abranches Monteiro, reforça, em comunicado, que "a Incontinência Urinária não é normal, mas é muito vulgar. Também não mata, mas afeta muito a qualidade de vida das pessoas que dela sofrem. E o mais importante é que é um problema que se trata e de forma mais simples e muito menos dolorosa do que há 20 anos".

Trata-se de um problema de saúde pública, com impacto social, pessoal e económico. Há mesmo quem abandone a atividade laboral.

No âmbito da Semana da Incontinência Urinária, as estações de transportes públicos do Porto e de Lisboa vestem-se de amarelo e roxo para sensibilizar para o impacto da bexiga hiperativa, que pode causar Incontinência Urinária.


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