Após a ingestão de apenas duas bebidas foram observadas mudanças no funcionamento do córtex pré-frontal do cérebro, a parte normalmente envolvida na degradação dos níveis de agressão. O estudo foi realizado pela Universidade de Nova Gales do Sul, no Reino Unido.

Publicado na revista Springer, o estudo recrutou 50 jovens saudáveis, que receberam duas bebidas com vodka ou bebidas com placebo sem álcool. Enquanto faziam uma ressonância magnética, os participantes tiveram que competir numa tarefa que tem sido regularmente utilizada nos últimos 50 anos para observar os níveis de agressão em resposta à provocação.

A ressonância magnética funcional permitiu aos especialistas ver quais áreas do cérebro eram desencadeadas quando a tarefa foi realizada. Após se comportarem de forma agressiva, foi registada uma maior atividade no córtex pré-frontal do cérebro daqueles que consumiram bebidas alcoólicas.

Foi observado também um efeito "amortecedor" nas áreas do cérebro envolvidas na recompensa. Além disso, a atividade aumentada foi observada no hipocampo, a parte do cérebro associada à memória das pessoas.

"Observámos uma relação positiva significativa entre a atividade do córtex pré-frontal dorsomedial e dorsolateral e a agressão relacionada ao álcool. Essas regiões podem apoiar comportamentos diferentes, como paz ou agressão, dependendo se uma pessoa está sóbria ou intoxicada", disseram os investigadores.

Os resultados são, em grande parte, consistentes com um crescente corpo de pesquisa sobre a base neural da agressão, e como esta é desencadeada por mudanças na forma como o córtex pré-frontal, o sistema límbico e as regiões relacionadas à recompensa do cérebro funcionam.

Os resultados do estudo atual também são consistentes com várias teorias psicológicas da agressão relacionada ao álcool.