Anestesia geral afeta gravemente cérebro em desenvolvimento
Um estudo de revisão científica da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, concluiu que a anestesia geral afeta gravemente o cérebro em desenvolvimento.
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A revisão incluiu todos os estudos científicos realizados até agora sobre os efeitos potencialmente adversos de expor à anestesia geral os cérebros em desenvolvimento - de fetos, bebés, crianças, adolescentes e jovens.
Durante a pesquisa, os cientistas analisaram todos os estudos sobre o desenvolvimento do cérebro em roedores e em primatas não-humanos para obter uma melhor compreensão sobre o impacto da anestesia geral no desenvolvimento do cérebro.
Após comparar os resultados nos dois tipos de animais, os autores focaram-se em testes feitos em primatas não-humanos porque "o desenvolvimento do cérebro desses animais é o mais próximo do ser humano não apenas em termos de tempo e duração, mas também em termos de complexidade".
"Apesar de uma série de resultados em roedores altamente reprodutíveis é cada vez mais evidente que não podemos confiar exclusivamente nos dados de roedores se quisermos fazer incursões na compreensão da potencial relevância dos dados de animais para humanos. Consequentemente, a comunidade científica começou a basear-se mais num crescente conjunto de trabalhos realizados com primatas não-humanos", explicou a investigadora Vesna Jevtovic-Todorovic, líder da pesquisa.
Os dados apurados mostraram "não apenas que uma única longa exposição aos anestésicos gerais pode levar a deficits cognitivos, como também os dados sugerem que exposições múltiplas e curtas à anestesia durante períodos vulneráveis causam comprometimento significativo no desenvolvimento neurocognitivo", disse a investigadora.
A revisão desses estudos é importante porque a agência que regula os medicamentos nos Estados Unidos (FDA) emitiu, no final de 2016, um comunicado de segurança "alertando que o uso repetido ou prolongado de drogas anestésicas e sedativas durante cirurgias ou procedimentos em crianças menores de três anos ou em mulheres grávidas durante o terceiro trimestre podem afetar o desenvolvimento do cérebro das crianças".
Na prática clínica, a decisão de usar anestesia em crianças pequenas é muitas vezes necessária para intervenções que salvam vidas. Contudo, a orientação da FDA é que os médicos discutam com os pais, cuidadores e mulheres grávidas os benefícios, os riscos e o momento apropriado de cirurgias e procedimentos que requeiram drogas anestésicas e de sedação.