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Instituto Abel Salazar vai ter Centro de Investigação Animal

O Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto e a Câmara da Maia assinam esta sexta-feira um protocolo sobre a criação do Centro de Investigação em Ciência Animal, equipamento que custará cerca de 2,5 milhões de euros.

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A unidade de Ensino Superior construirá o centro no prazo estimado de três anos, enquanto à autarquia cabe a cedência de um terreno, em regime de direito de superfície pelos próximos 30 anos, no Lugar do Padrão, freguesia de Moreira.

"O objetivo é combater uma deficiência que existe no nosso país que é a ausência de instalações devidamente apropriadas para fazer experimentação animal com animais de médio e grande porte. Este centro é importante para a nossa atividade, mas também para o país", disse o diretor do ICBAS, António Sousa Pereira.

Já o presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, vincou que este concelho "está sempre disponível para acolher e apoiar projetos de vanguarda no domínio da ciência, que acrescentem valor ao território e às pessoas".

"Estou certo que esta parceria que agora se inicia trará à região não só desenvolvimento científico e económico como também irá contribuir para a criação de inúmeros postos de trabalho diretos e indiretos", disse o autarca.

O futuro Centro de Investigação em Ciência Animal custará cerca de 2,5 milhões de euros, estando a ser definido o modelo de financiamento que poderá passar pelos fundos estruturais.

Os responsáveis não avançam com números quanto a previsão de alunos ou postos de trabalho envolvidos, mas atualmente o ICBAS tem nas suas fileiras 351 na licenciatura em medicina veterinária, de um total de 2 341 alunos, mais de três centenas de investigadores e perto de uma centena no que se refere a pessoal não docente.

António Sousa Pereira salientou que, além do ICBAS, que surge como promotor, o projeto envolve a Universidade de Trás-os-Montes, a Universidade do Minho e a Universidade de Évora, bem como todo o tecido empresarial do setor através de empresas associadas.

O diretor também considerou a localização "excelente para permitir acesso de produtores e alunos" e evidenciou a crescente importância do estudo de temas como a segurança alimentar, investigação sobre doenças emergentes e uso das novas tecnologias.

"Será importante na ligação humana - queremos desenvolver a interface com a medicina humana - porque o que acontece atualmente é que, quando se quer fazer treino de cirurgia em animais vivos, tem de se ir para Espanha ou para França. Em Portugal são poucos os centros. O ICBAS tem um acreditado pela União Europeia, mas é muito pequeno", descreveu o responsável.

A área da medicina ligada à pecuária e o melhoramento animal também são aspetos contemplados na missão do futuro Centro de Investigação em Ciência Animal. "Temos uma emergência de doenças associadas a consumos e à produção pecuária e tudo isso tem de ser muito investigado. Precisamos de ter a certeza de que tudo aquilo que comemos é seguro e sem riscos para a saúde", frisou António Sousa Pereira.

Já nos documentos ligados a este projeto lê-se que o futuro centro "reforçará a componente de investigação científica no mestrado integrado em medicina veterinária, abrindo espaço ao desenvolvimento de projetos de translação nas áreas de medicina experimental humana e de segurança alimentar.

"A unidade a construir permitirá a melhoria das condições de investigação, ensino e prestação de serviços na área da ciência animal, bem como o desenvolvimento de novas áreas de experimentação em interface com as ciências médicas", conclui a descrição.

Fonte: press release

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