Identificada provável origem da reatividade cruzada entre pólen e alimentos nas alergias
Uma equipa de cientistas do Japão, da República Checa e do Instituto Pasteur, em França, conseguiu identificar, pela primeira vez, a provável origem da reatividade cruzada entre o pólen e alguns alimentos, sobretudo as frutas cítricas, a qual causa algumas alergias mais complexas.
MATURIDADE E REFORMA
GERONTOLOGIA, MORRER JOVEM O MAIS TARDE POSSÍVEL
A gerontologia é a ciência que estuda o envelhecimento, sendo caracterizada pela sua multidisciplinaridade, pois nela convergem várias areas do saber como a psicologia, a medicina ou a sociologia. LER MAIS
Em causa está a chamada "síndrome associada pólen-alimento", que consiste em alergias que ocorrem através de uma reação cruzada entre o pólen de plantas (alergia respiratória) e os alimentos (alergia alimentar).
Durante a pesquisa, os cientistas estudaram as alergias de reatividade cruzada entre pólen de cipreste e frutas cítricas, que contêm alergénios pertencentes a uma nova família de proteínas - as proteínas eram já conhecidas, mas não se sabia que estas apresentavam outros compostos similares.
Os cientistas identificaram diversas similaridades do BP14, um alergénio identificado no pólen do cipreste, com o alergénio Pru p 7, do pêssego, e o alergénio Cit s 7, da laranja, ambos pertencentes à família de proteínas "snakin/GRP" (proteína regulada por giberelina).
A descoberta levou os cientistas a concluírem que esses três alergénios pertencem a uma nova família de alergénios respiratórios e alimentares envolvidos na síndrome da alergia combinada respiratório/alimentar.
"Surgiu um novo conceito - a sensibilidade condicional. Uma vez que o sistema imunológico de um indivíduo desenvolve uma intolerância a um alergénio, como o BP14, é mais provável que ele se torne sensível a alergénios similares dentro da mesma família de proteínas que estão presentes noutras fontes de alergénios", explicou o cientista Pascal Poncet, coordenador da equipa.
Os autores do estudo acreditam que a descoberta pode abrir portas ao desenvolvimento de fármacos mais eficazes contra a condição.