Uma equipa de investigadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco, no Brasil, descobriu um composto que pode bloquear a reprodução do vírus Zika em células epiteliais e neurais.
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Denominada por 6-metilmercaptopurina ribosídica (6MMPr), a substância atua contra a estirpe do vírus Zika que circula no Brasil.
Os testes já realizados in vitro revelaram que a 6MMPr foi capaz de reduzir a produção do vírus em mais de 99 por cento das experiências, que foram realizadas com diferentes dosagens e diferentes tempos de reação. A 6MMPr é uma substância sintética do grupo das tiopurinas, que está na origem de medicamentos oncológicos. Esse tipo de composto, no entanto, nunca foi utilizado.
Os cientistas sublinharam ainda que a toxicidade da 6MMPr para as células neurais parece ser baixa, um sinal promissor para futuros tratamentos de infeções no sistema nervoso, que poderiam produzir poucos efeitos secundários.
"Perante as manifestações neurológicas associadas ao vírus Zika e dos defeitos congénitos provocados pelo mesmo, o desenvolvimento de antivirais seguros e efetivos é de extrema urgência e importância", disse Lindomar Pena, coordenador do estudo.
Apesar dos resultados promissores, novos testes in vivo terão de ser realizados para que o tratamento possa ser testado em humanos, um processo que poderá levar cerca de dez anos.
