A conclusão surge de um estudo da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, que descobriu que indivíduos com Síndrome de Lennox-Gastaut, um dos tipos mais graves de epilepsia, que tomaram canabidiol todos os dias durante 14 semanas, viram a frequência de crises convulsivas diminuir em 50 por cento.

A investigação envolveu 225 pacientes, com uma idade média de 16 anos, que tinham cerca de 85 convulsões por mês. Os pacientes não tinham conseguido responder a uma média de seis medicamentos antiepiléticos e, durante o período de estudo de 14 semanas, estavam a ser medicados com uma média de três fármacos.

Ao longo da duração do estudo, os pacientes foram obrigados a tomar dez ou 20 miligramas de canabidiol ou um placebo todos os dias, em combinação com os seus medicamentos atuais.

Pacientes que tomaram dez miligramas de canabidiol diariamente experimentaram uma redução de 37 por cento em convulsões no geral e 36 por cento desses pacientes viram as suas crises reduzidas em, pelo menos, 50 por cento.

O efeito foi mais forte quanto maior a dose de canabidiol. Os pacientes que tomaram 20 miligramas de cannabidiol diariamente experimentaram uma redução global de convulsão em 42 por cento, enquanto se verificou uma redução mínima de 50 por cento nas crises em 40 por cento desses pacientes.

Nos pacientes que tomaram o placebo houve uma redução global de convulsões tónicas em 17 por cento. Cerca de 94 por cento dos pacientes que tomaram a dose mais elevada de canabidiol e 84 por cento que tomaram a dose mais baixa experimentaram efeitos secundários, sendo os mais comuns a redução de apetite e a sonolência.

Os investigadores planeiam agora apresentar um pedido de aprovação ao regulador de saúde norte-americano (FDA) para que o canabidiol se torne um tratamento para pessoas com Síndrome de Lennox-Gastaut.

O estudo foi apresentado na 69.ª Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia.