HEMOFILIA

Primeiro inquérito nacional sobre hemofilia revela "impacto psicológico significativo" da doença

O primeiro inquérito nacional sobre hemofilia, que está a ser coordenado pela Universidade do Minho (UMinho), aponta para a existência de um "impacto psicológico significativo" da doença, como sintomas de depressão e ansiedade, revelou a responsável pelo estudo.

Primeiro inquérito nacional sobre hemofilia revela

DOENÇAS E TRATAMENTOS

MALÁRIA, FLAGELO ERRADICÁVEL

Patrícia Pinto, da Escola de Medicina da UMinho e que está a coordenar aquele inquérito feito em parceria com o Centro Hospitalar de São João e a Associação Portuguesa de Hemofilia, destaca que "muitos dos sintomas psicológicos" que as pessoas com hemofilia assumem, além de estarem associados à dor que caracteriza a enfermidade, estão relacionados com as "crenças negativas da doença".

Esta segunda-feira, 17 de abril, foi assinalado o Dia Mundial da Hemofilia, uma doença crónica rara, genética, hereditária e incurável, que se caracteriza pela ausência, ou acentuada carência, de um dos fatores da coagulação no sangue, o que origina episódios hemorrágicos graves e problemas nas articulações, estando estimado que, em Portugal, existem cerca de 700 pessoas com hemofilia (a base de incidência em geral é de um em cada 10 mil habitantes).

"Os resultados, que ainda são preliminares, apontam que a qualidade de vida é afetada pela gravidade da hemofilia, mas também pela experiência de dor e sobretudo pelos sintomas de ansiedade e depressão e pela forma como as pessoas com hemofilia percecionam a doença, as chamas crenças negativas de doença", revelou.

A investigadora adiantou que, no inquérito, "40 por cento dos adultos reportaram sintomas de ansiedade significativos e 30 por cento sintomas de depressão", dados importantes para o tratamento da hemofilia.

"Ao percebermos que estes fatores psicológicos afetam a qualidade de vida podemos conceber intervenções, cuidados multidisciplinares em que um dos alvos sejam trabalhar estas crenças", ressaltou.

Patrícia Pinto explicou ainda que a hemofilia, embora seja uma doença rara, não é de difícil diagnóstico, sendo possível "detetar à nascença", e que, apesar de condicionar o dia-a-dia das pessoas, não é uma "sentença de morte", hoje em dia.

"Têm que ter bastantes cuidados, evitar atividades nas quais se possam magoar e sangrar, têm a vida bastante condicionada, mas, hoje em dia, com a introdução dos concentrados de fator, as pessoas com hemofilia conseguem ter uma esperança de vida normal", salientou ainda a investigadora.

Fonte: press release

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