PEDIATRIA

Estudo nacional associa crise a aumento de bebés nascidos em Portugal com baixo peso

Um estudo assinado por investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto associou a crise financeira de 2007-2008 ao aumento do número de bebés que nasceram com baixo peso em Portugal (menos de 2,5 quilos).

Estudo nacional associa crise a aumento de bebés nascidos em Portugal com baixo peso

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De acordo com esta investigação, publicada na revista BMJ Global Health, os recém-nascidos de mães imigrantes estão entre os mais afetados.

Henrique Barros, responsável pela Unidade de Investigação em Epidemiologia Perinatal e Pediátrica do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), e um dos autores do estudo, defende, por isso, que "o Governo reforce as políticas sociais para as grávidas estrangeiras, trabalhadoras ou noutras situações vulneráveis, mantendo a igualdade, efetiva, na saúde, durante a gestação".

Os investigadores do ISPUP avaliaram dados oficiais de dois milhões de nascimentos registados em Portugal, entre 1995 e 2014, concluindo que a crise fez aumentar o número de bebés que nascem abaixo do peso.

O estudo concluiu que, entre 2006 e 2014, houve uma subida do número de nascimentos com baixo peso em Portugal (de seis para sete por cento), mas esta tendência já vinha de anos anteriores à crise de 2007-2008.

"No entanto, nas mulheres imigrantes, o aumento é mais notório (1,5 pontos percentuais), porque, na década anterior, a tendência era de descida", sublinhou Henrique Barros.

Os autores do estudo referem que há vários anos que Portugal tem registado um aumento do número de crianças que nascem com pouco peso, devido ao adiamento da maternidade e ao consumo do tabaco durante a gravidez, por exemplo.

Contudo, os dados mostram que "essa tendência foi acelerada nos anos posteriores à crise financeira e de forma muita mais acentuada nas mães imigrantes, que são, sublinhe-se, responsáveis por cerca de dez por cento dos bebés nascidos em território nacional".

Os especialistas salientam que as crianças que nascem com menos de 2,5 quilos têm uma desvantagem significativa na sua saúde futura, com maior probabilidade de desenvolverem doenças crónicas ao longo da vida.

Fonte: press release

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