Estatinas podem reduzir risco de doença de Alzheimer
As estatinas são conhecidas pela capacidade de baixar o colesterol, ajudando a reduzir o risco de doença cardiovascular.
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Mas de acordo com um novo estudo, desenvolvido pela Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, estes medicamentos também podem ter potencial para diminuir o risco de Alzheimer.
O estudo identificou uma ligação entre o uso elevado de estatinas e um menor risco de doença de Alzheimer, embora o risco reduzido seja dependente do sexo, etnia e do tipo de estatina utilizada.
Os especialistas colocaram a hipótese de que os medicamentos que reduzem o colesterol também podem influenciar o início da doença de Alzheimer e a sua subsequente progressão. Para investigar a sua teoria, a equipa analisou dados recolhidos entre 2006 e 2013, de 399 979 adultos com idades a partir dos 65 anos, que tinham usado estatinas.
Os investigadores avaliaram de que forma o uso de estatinas baixas e altas pode estar associado ao risco de diagnóstico de Alzheimer; a exposição a estatinas elevadas foi definida como "pelo menos o percentil 50 dos dias de prescrições preenchidas num determinado ano durante pelo menos dois anos entre 2006, 2007 e 2008."
A cada ano, entre 2009 e 2013, cerca de 1,72 por cento das mulheres e 1,32 por cento dos homens foram diagnosticados com Alzheimer. O diagnóstico era mais reduzido entre os homens caucasianos, em 1,23 por cento.
Em geral, homens e mulheres com elevada exposição a estatinas tiveram 15 e 12 por cento, respetivamente, menor probabilidade de serem diagnosticados com Alzheimer, em comparação com homens e mulheres com baixa exposição aos medicamentos.
Numa investigação mais detalhada, a equipa descobriu que a elevada exposição à atorvastatina estava ligada ao risco reduzido de Alzheimer em mulheres brancas e negras, bem como para homens e mulheres hispânicos; já mulheres caucasianas, hispânicas e negras tiveram um menor risco de Alzheimer com o uso elevado de sinvastatina, assim como os homens brancos e hispânicos.
Por fim, a pravastatina e a rosuvastatina foram associadas a um risco reduzido de Alzheimer para mulheres brancas.
Os investigadores enfatizam que o estudo publicado na JAMA Neurology é incapaz de provar a causa e efeito, sendo por isso necessários ensaios clínicos que envolvam todos os grupos raciais e étnicos, para confirmar os resultados.