DIAGNÓSTICO

Cientistas do Porto criam sistema para realização de autoexames de saúde

Uma equipa de cientistas do Porto está a desenvolver um sistema modular que interliga diferentes dispositivos médicos e permite aos utilizadores a recolha autónoma de dados e sinais vitais, com o objetivo de aumentar a automonitorização e seguir melhor os doentes.

Cientistas do Porto criam sistema para realização de autoexames de saúde

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O sistema, denominado por Quiosque da Saúde, potencia também a telemedicina (os dados são recolhidos para a ficha do paciente e podem ser analisados) e pode ser instalado em locais remotos, o que facilita o ato de realizar os exames médicos.

Este sistema, onde é possível medir a pressão arterial, o peso e a oximetria (quantidade de oxigénio no sangue), "guia o utilizador na utilização dos aparelhos", sendo impressa, no final dos exames, uma folha com os valores registados, explicou o pesquisador Pedro Brandão.

A introdução da altura, outro dos parâmetros que podem ser inseridos neste sistema, era manual, tendo sido, entretanto, desenvolvido um módulo para leitura desse dado no cartão de cidadão bem como o número de utente.

O sistema, que se encontra em desenvolvimento, tem sido testado no âmbito universitário, na Câmara Municipal de Paredes, em colaboração com a Faculdade de Psicologia, e, mais recentemente, na Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos, em cooperação com a Escola de Enfermagem do Porto.

A nível internacional, foi utilizado durante a Caravana do Coração, em Pernambuco, no Brasil, iniciativa que promoveu o rastreio de patologias cardíacas em cerca de 1 300 crianças, de 13 cidades brasileiras, durante 13 dias.

Por ser um sistema modular, pode adaptar-se ao local onde é colocado. Por exemplo, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) pretende fazer despistes de pessoas com diabetes, optando por utilizar dispositivos para medir a glicemia, a pressão arterial, o peso e o perímetro abdominal.

Distinto de outros equipamentos semelhantes existentes no mercado, o Quiosque da Saúde foca-se na "modularidade do sistema e na sua adaptabilidade a diferentes objetivos", referiu Pedro Brandão.

Atualmente, estão envolvidos no projeto dois professores universitários e um bolseiro, do departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e do Instituto de Telecomunicações. O projeto conta ainda com a participação de um professor da Escola Superior de Enfermagem e da ULS de Matosinhos.

"Estamos a dar ênfase à ligação a sistemas de registo de saúde eletrónico, para a disponibilização automática dos dados dos exames aos profissionais de saúde".

De acordo com o investigador, neste sistema há também um maior cuidado nas questões de usabilidade, nomeadamente na explicação e acompanhamento virtual do exame (os vídeos, áudios e texto de indicação), para que seja utilizável de forma autónoma pelo maior número de pessoas possível.

A equipa pretende ainda adicionar a ligação por videochamada a um back-office, possibilitando desde o apoio ao exame até consultas por videoconferência, e está a avaliar, no âmbito das políticas públicas de saúde e do plano nacional, quais os exames mais relevantes para focar o desenvolvimento.

Fonte: press release

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