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Quase 44% dos idosos portugueses têm excesso de peso

Cerca de 44 por cento dos idosos portugueses apresentam excesso de peso e 39 por cento têm obesidade, mostram dados de um estudo da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (UPorto).

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Os resultados foram apresentados numa conferência que está a decorrer na Fundação Engenheiro António de Almeida, no Porto.

Segundo esses dados, obtidos no âmbito do Nutrition UP 65 (projeto sobre o estado nutricional dos portugueses com mais de 65 anos), a taxa de homens com excesso de peso (cerca de 50 por cento) é superior à das mulheres (que fica pelos 40,3 por cento), sendo, no entanto, a obesidade maior nas mulheres (44,5 por cento) do que nos homens (30,6 por cento).

Iniciado em abril de 2015, o projeto visa aumentar o conhecimento dos profissionais de saúde e criar mudanças a médio e longo prazo na vida da população idosa, segundo a coordenadora do projeto, Teresa Amaral.

Até ao momento, foram estudados os dados recolhidos entre dezembro de 2015 e junho de 2016, numa amostra representativa de 1 500 pessoas idosas, de acordo com o intervalo de idades, género, nível de ensino e a área regional do país.

No que toca à desnutrição, que afeta cerca de 15 por cento dos idosos, a prevalência de mulheres desnutridas ou em risco nutricional é de 18,7 por cento, superior à dos homens, que ronda os 13 por cento.

Relativamente à sarcopenia (perda de massa, força e função musculares em consequência do envelhecimento), cerca de um décimo da população idosa apresenta os sinais, sendo semelhantes os valores em ambos os sexos.

Quanto à hidratação, os dados indicam que 494 participantes, mais de um terço da amostra, estavam desidratados, apresentando os homens uma proporção mais elevada (47,1 por cento), em comparação com as mulheres (30,5 por cento).

Outro dos resultados demonstra que a grande maioria dos idosos, mais de 85 por cento, consome sal em excesso, sendo o valor mais alto registado nos homens, 91,8 por cento, ficando as mulheres pelos 80,4 por cento.

Cerca de sete em cada dez apresenta deficiência em vitamina D, com maior prevalência nas mulheres (72,7 por cento), superior aos 63,7 por cento verificados nos homens.

Rui Valdiviesso, da FCNAUP, conclui que as alterações no estado nutricional têm implicações na fragilidade - associada a maior morbilidade e mortalidade nos idosos. Cerca de 20,6 por cento dos idosos apresentam sinais desse fator, com maior incidência nas mulheres (25,5 por cento) contra 14 por cento nos homens.

Os baixos níveis de vitamina D, a desidratação e o elevado consumo de sal também se associam a complicações clínicas.
Este projeto conta com a participação dos investigadores da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da UPorto, do Departamento para a Pesquisa do Cancro e Medicina Molecular da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia e da Unidade Local de Saúde do Alto Minho.

O Nutrition UP 65, que vai ser finalizado em abril de 2017, foi financiado pelo EEAGrants - Programa Iniciativas de Saúde Pública - em 519 mil euros.

Fonte: press release

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