CANCRO

Metilnaltrexona aumenta sobrevida de pacientes com cancro avançado

Um estudo de pacientes com cancro avançado publicado na revista Annals of Oncology sugere que analgésicos opioides e os seus recetores - o recetor mu opioide - podem estar envolvidos na progressão do cancro e, deste modo, ser um alvo para tratamentos.

Metilnaltrexona aumenta sobrevida de pacientes com cancro avançado

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A pesquisa liderada por Filip Jankulovski, do Centro de Cancro MD Anderson da Universidade do Texas, e Jonathan Moss, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, reuniu dados de dois ensaios clínicos randomizados controlados com placebo e metilnaltrexona (MNTX) administrada por injeção subcutânea.

A metilnaltrexona está aprovada em mais de 50 países para o tratamento da obstipação induzida por opiáceos. O composto funciona através da ligação ao recetor opioide mu (MOR), bloqueando assim os fármacos opioides de se ligarem ao mesmo recetor. Não atravessa o cérebro, preservando o alívio da dor mediada centralmente e invertendo a obstipação.

Nestes ensaios, 229 pacientes com cancro avançado, tratados com opioides para o alívio da dor e obstipação, apesar do tratamento laxante foram randomizados para tomarem a metilnaltrexona ou placebo.

O tratamento com o composto resultou num aumento da sobrevivência mediana para 76 dias contra os 56 dias em doentes que receberam placebo. Olhando especificamente para os doentes que responderam ao tratamento com a metilnaltrexona, estes sobreviveram uma mediana de 118 dias em comparação com 55 dias para os restantes.

Os autores dizem que o efeito direto da metilnaltrexona na progressão do cancro é a razão mais provável para o aumento da sobrevida, porque nem o tratamento nem a resposta ao medicamento levou a maior sobrevida em 134 pacientes sem cancro gravemente doentes e inscritos nos mesmos ensaios.

A equipa defende que os resultados "mostram que o tratamento com MNTX e a resposta à MNTX estão associados ao aumento da sobrevivência global em doentes com cancro avançado, o que apoia a nossa teoria de que o recetor mu pode desempenhar um papel na progressão do cancro".

Fonte: press release

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