Produtos químicos proibidos na década de 70 podem estar relacionados com autismo
Uma nova pesquisa indica que produtos químicos proibidos na década de 1970 e que eram utilizados como pesticidas podem estar ligados ao transtorno do espetro do autismo em crianças.
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O estudo, desenvolvido pelo Instituto de Autismo da Universidade de Drexel, nos Estados Unidos, recorda que crianças nascidas após serem expostas a níveis mais elevados de certos compostos de produtos químicos, os chamados produtos químicos organoclorados, na gravidez, tinham 80 por cento maior probabilidade de serem diagnosticadas com autismo.
Embora proibidos há várias décadas, estes compostos podem permanecer no ambiente e serem absorvidos através do consumo de carne de certos animais.
A equipa analisou 1 144 crianças nascidas no sul da Califórnia entre 2000 e 2003 cujos dados faziam parte de um estudo dedicado à deteção de defeitos congénitos no nascimento.
A partir do segundo trimestre de gravidez, foram realizados exames ao sangue das mães das crianças para determinar o nível de exposição a duas classes diferentes de produtos químicos organoclorados: os bifenilos policlorados (PCBs, utilizados como lubrificantes, refrigerantes e isoladores de produtos de consumo e elétricos) e pesticidas organoclorados (OCP, que incluem produtos químicos como o DDT).
Determinou-se que dois compostos em particular, o PCB 138/158 e o PCB 153, se destacaram como sendo significativamente associados ao risco de autismo. As crianças com níveis de exposição mais elevados no útero a estas duas formas de PCBs tinham entre 79 a 82 por cento maior de probabilidade de serem diagnosticados com autismo do que as expostas a níveis mais baixos.
Também os compostos PCB 170 e PCB 180 foram associados ao autismo, em crianças com menor exposição prénatal a estes PCB.
Em crianças com deficiência intelectual, mas não autismo, a maior exposição aos PCBs duplica o risco de um diagnóstico de autismo quando comparado com crianças com menor exposição. A exposição a OCP também foi associada ao aumento dos diagnósticos de deficiência intelectual.
Os resultados, publicados na Environmental Health Perspectives, sugerem que a exposição prénatal a estes produtos químicos, acima de determinado nível, pode influenciar o neurodesenvolvimento da criança de diversas formas.