Pâncreas artificial para diabetes tipo 1 pode estar disponível em 2018
Um pâncreas artificial que monitoriza continuamente os níveis de glicose no sangue e liberta insulina para o corpo sempre que necessário pode estar disponível nos próximos dois anos.
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Num novo estudo, publicado na revista Diabetologia, os autores Roman Hovorka e Hood Thabit da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, explicam que o uso de um pâncreas artificial poderia oferecer um tratamento menos invasivo e mais eficaz para a diabetes tipo 1, ao eliminar a necessidade dos pacientes terem de medir continuamente a glicose no sangue.
Os pesquisadores acreditam que um pâncreas artificial possa ser aprovado para tratar a diabetes tipo 1 já no próximo ano, numa altura em que várias formas de pâncreas artificial estão a ser testadas em ensaios clínicos.
No início deste ano, por exemplo, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, anunciaram o desenvolvimento de um pâncreas artificial que pode ser controlado por um smartphone. Atualmente, decorrem dois ensaios clínicos para testar a segurança e eficácia do dispositivo.
Apesar de terem um design diferente, estes pâncreas artificiais funcionam na mesma base, incorporando um sistema "em circuito fechado", que consiste na monitorização contínua da glicose e que recorre a algoritmos que controlam quando a insulina deve ser entregue.
No seu relatório, Roman Hovorka e Hood Thabit salientam que, até à data, esta tecnologia tem tido um bom desempenho em ensaios clínicos.
Os autores apontam para um estudo no qual 24 participantes com diabetes tipo 1 usaram um pâncreas artificial de circuito fechado num ambiente doméstico durante seis semanas. Em comparação com a terapia com bomba de insulina convencional, o tempo em que os participantes estavam num estado de hipoglicemia foi reduzido para metade com o pâncreas artificial. Além disso, os sujeitos eram 11 por cento mais propensos a atingir o intervalo ideal de glicose no sangue.
O regulador de saúde norte-americano (FDA) está atualmente a rever um pâncreas artificial e os autores observam que é possível que o dispositivo venha a ser aprovado no início do próximo ano.
Além disso, o Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde britânico (NIHR) anunciou que os sistemas de circuito fechado podem estar disponíveis para utilização clínica até ao final de 2018.