FIBROMIALGIA

Fibromialgia provoca depressão através de pensamento e afeto negativos

Um estudo desenvolvido por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC) concluiu que o impacto dos sintomas de fibromialgia desenvolve sintomatologia depressiva através do pensamento repetitivo e do afeto negativo, anunciou a instituição numa nota de imprensa.

Fibromialgia provoca depressão através de pensamento e afeto negativos

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A pesquisa foi conduzida por uma equipa de investigadores daquela Faculdade, através da Clínica Reumatológica de Coimbra e do Serviço de Psicologia Médica, e explica que as "pessoas que apresentam mais sintomas de fibromialgia tendem a envolver-se em estratégias mal adaptativas como o pensamento repetitivo negativo (isto é, preocupações e ruminações) numa tentativa de lidar com estes sintomas", explica a primeira autora do trabalho, Ana Margarida Pinto.

"Estes resultados são importantes na medida em que revelam o papel fundamental que certas variáveis psicológicas desempenham no contexto da dor crónica e sublinham a importância de incluir tais variáveis nas intervenções psicossociais na fibromialgia", sublinha a investigadora.

A fibromialgia é uma "doença crónica caracterizada por dor generalizada e difusa, normalmente acompanhada por outros sintomas, como perturbação de sono, rigidez muscular, hipersensibilidade a estímulos ambientais, ansiedade, depressão, défices cognitivos e fadiga extrema", refere Ana Margarida Pinto.

Intitulado "Trajetórias para a depressão na fibromialgia: o papel do pensamento repetitivo negativo e do afeto negativo", o estudo procurou, entre outras questões, saber o motivo pelo qual certas pessoas com fibromialgia - que é "uma doença crónica altamente debilitante" - entram em depressão.

O estudo, que foi recentemente distinguido em Madrid, no 24.º Congresso Europeu de Psiquiatria, envolveu uma amostra de 103 mulheres diagnosticadas com fibromialgia, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, recrutadas em várias unidades de saúde.

Este trabalho faz parte de um estudo mais amplo, coordenado por António Macedo e José António Pereira da Silva, que tem como "objetivo principal investigar se a fibromialgia se diferencia de outras doenças crónicas, como a artrite reumatoide, bem como de controlos sem dor crónica, no que diz respeito a determinados traços de personalidade (como o perfecionismo) e processos psicológicos (como os estilos cognitivos, ou seja, formas habituais de pensar, de interpretar as situações, etc.)".

Presente em dois a cinco por cento da população, "a fibromialgia é uma doença debilitante que interfere muito na qualidade de vida das pessoas, tendo um grande impacto não só ao nível pessoal, mas também ao nível familiar e social".

O desconhecimento acerca da origem da doença e a existência de diferentes "configurações de sintomas que flutuam ao longo do tempo" tornam o seu tratamento difícil, sublinham ainda os investigadores.

Fonte: press release

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