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Arritmia cardíaca afeta um em cada dez idosos

A arritmia cardíaca, potencialmente causadora de AVC, afeta um em cada dez portugueses com mais de 65 anos, sendo que mais de um terço desconhece ter a doença e a grande maioria está mal medicada, revela um estudo pioneiro realizado recentemente no país.

Arritmia cardíaca afeta um em cada dez idosos

DOENÇAS E TRATAMENTOS

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O "Estudo SAFIRA" (System of AF evaluation In Real world Ambulatory patients) traçou o mais recente retrato da prevalência e padrões de tratamento de Fibrilhação Auricular (FA) e Risco Cardiovascular na população portuguesa com mais de 65 anos, e os seus resultados preliminares foram apresentados esta terça-feira, 26 de abril, pela primeira vez, no Congresso Português de Cardiologia.

O estudo foi desenvolvido entre 2014 e 2015 e envolveu 7 500 portugueses com 65 ou mais anos de idade.

Os dados indicam que há um grande subdiagnóstico da patologia, já que de entre os nove por cento dos casos em que se detetou FA, 35,9 por cento desconheciam ter a doença.

Por outro lado, 18,6 por cento dos doentes não diagnosticados apresentavam um tipo de FA não detetável no eletrocardiograma, "o que sublinha a importância de uma investigação mais prolongada dos sintomas, nomeadamente na população mais idosa", revelam as conclusões do estudo.

Além do subdiagnóstico, existe também um subtratamento do problema, pois mais de metade dos doentes (56,3 por cento) não estava a receber anticoagulantes e, dos que estavam, 74,2 por cento estavam mal medicados.

A pesquisa identificou ainda um problema de polimedicação, já que o número médio de fármacos prescritos a estes doentes é de 4,8, o que corresponde à toma de 6,7 comprimidos por dia.

Pedro Monteiro, coordenador do estudo, considera que "estes resultados mostram os enormes desafios ainda existentes na identificação e gestão da FA e risco cardiovascular e constituem um importante alerta para a otimização das estratégias de controlo da doença e promoção da saúde neste setor da população".

O cientista afirma ser da "maior importância" ter um conhecimento real dos padrões de prevalência da FA em Portugal, para se poderem criar e desenvolver "estratégias de diagnóstico, tratamento e controlo de risco realistas e eficazes".

Fonte: press release

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