Tipo não invasivo de cancro da tiroide deixa de ser considerado tumor cancerígeno
Um painel internacional de especialistas acaba de recomendar, num artigo publicado na revista JAMA Oncology, que um tipo não invasivo de cancro da tiroide, denominado por "variante folicular encapsulada de carcinoma papilífero da tiroide", seja reclassificado como sendo um tumor não cancerígeno.
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A recomendação teve como base o facto deste tipo de tumor não ser invasivo e ter um risco muito reduzido de recorrência - menos de um por cento em 15 anos. A medida deverá reduzir o impacto negativo sobre os pacientes e as intervenções desnecessárias que normalmente acompanham um diagnóstico de cancro.
"Esta é a primeira vez, na era moderna, que um tipo de cancro está a ser reclassificado como um não-cancro", destacou Yuri Nikiforov, da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, que chefiou o painel internacional de especialistas que recomendou a alteração.
O diagnóstico do tumor "variante folicular encapsulada de carcinoma papilífero da tiroide" praticamente triplicou ao longo dos últimos 20 a 30 anos, e representa dez a 20 por cento de todos os cancros da tiroide identificados.
Embora vários estudos tenham vindo a mostrar há muito tempo que este tipo de cancro da tiroide não é perigoso para o paciente, este é normalmente tratado de forma tão agressiva quanto os outros tipos de tumor nessa zona.
A expectativa é de que, eliminando-se a palavra "cancro" do nome da condição, os médicos possam explicar aos pacientes que não se trata de algo preocupante, já que a doença tem excelente prognóstico, evitando assim o stress emocional e os tratamentos desnecessários.