Células estaminais podem vir a ser utilizadas no tratamento da hemofilia
Um estudo publicado pela American Society of Gene & Cell Therapy abre novas perspetivas sobre o que pode vir a ser uma revolução terapêutica para a hemofilia, através do recurso a células estaminais mesenquimais para a reposição dos fatores de coagulação do sangue implicados nas hemofilias – fatores 8 e 9.
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As investigações sugerem que as células estaminais mesenquimais podem ser modificadas através de terapia genética, de modo a substituírem o fator de coagulação do sangue.
Num estudo realizado numa clínica dos Estados Unidos, o transplante destas células modificadas em ratos hemofílicos reverteu a doença de forma definitiva, e noutro estudo foi efetuado um teste para a substituição do fator de coagulação da Hemofilia B, administrando-se células estaminais mesenquimais modificadas e combinadas com um vírus adeno-associado no fígado de um doente hemofílico.
Os resultados demonstraram que as células foram rejeitadas de forma semelhante ao que sucede com o transplante de um órgão.
Ainda assim, esta foi uma evolução positiva, ao sugerir que através da aplicação de um imunossupressor é possível vir a substituir o fator de coagulação do sangue, através de células estaminais mesenquimais.
"Neste caso em concreto, o que as conclusões revelam é que a utilização de células estaminais mesenquimais pode vir a revolucionar a abordagem da medicina a estas doenças, ao conseguir substituir os fatores de coagulação sanguínea e revertendo doenças como a Hemofilia", explica Patrícia Cruz, diretora do Banco de Tecidos e Células - Laboratório Cytothera.