O transtorno bipolar, anteriormente referido como depressão maníaca, caracteriza-se por períodos de hiperatividade seguidos por surtos de depressão e alguns pesquisadores concluíram que o sono pode ser um fator importante nas recaídas bipolares ou talvez um sinal de alerta precoce de possíveis episódios bipolares.

A atual pesquisa, liderada por Joseph Takahashi do Centro Médico da Universidade do Sudoeste do Texas e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, promoveu um olhar mais profundo sobre a componente familiar do transtorno bipolar e os seus efeitos específicos sobre os padrões de sono

A investigação incidiu sobre 558 membros de 26 famílias do Vale Central, na Costa Rica, e da Antioquia, na Colômbia. Este grupo era composto por 136 indivíduos com transtorno bipolar e 422 parentes sem o transtorno. Cada participante usou um acelerómetro no pulso durante 14 dias que permitiu à equipa de investigação definir os seus ciclos de sono-vigília e a quantidade de atividade geral de cada participante.

Os cientistas identificaram 13 medidas de sono e atividade, a maioria dos quais hereditários, que estavam relacionados com o facto de os indivíduos terem transtorno bipolar. Além disso, foi possível rastrear alguns desses traços a partir de um cromossoma específico".

O estudo mostrou que, no geral, os indivíduos com transtorno bipolar eram menos ativos enquanto estavam acordados, bem como dormiam mais tarde e durante mais tempo do que os indivíduos não bipolares.

A equipa defende que a sua pesquisa é a primeira a fazer uma ligação entre fenótipos específicos e a etiologia da doença bipolar, resultados que poderão ajudar a desvendar os mecanismos da doença e fornecer novos alvos para futuras intervenções farmacêuticas.