Hiperatividade está mal diagnosticada no país
João Gomes Pedro, médico especialista em desenvolvimento infantil, alertou que a hiperatividade está mal diagnosticada em Portugal e que existem muitas crianças que tomam medicação sem necessidade, enquanto outras deviam tomar e não estão em tratamento.
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O pediatra revela as suas preocupações atuais e aponta como um dos grandes desafios da pediatria moderna os problemas comportamentais e relacionais das crianças e dos adolescentes.
Gomes Pedro, que aprendeu e começou a prática clínica centrada no diagnóstico das doenças, considera que hoje é fundamental estabelecer precocemente uma relação entre o pediatra, os pais e o bebé, preparando-os para as várias fases do desenvolvimento expectáveis e acompanhando-os nos problemas que daí possam advir.
"Há crianças hiperdiagnosticadas e outras crianças hipodiagnosticadas" relativamente à Hiperatividade e o Défice de Atenção (PHDA), frisou o pediatra, acrescentando que "a moral da história" é que é preciso garantir que não se deixa de diagnosticar este problema, que é facilmente corrigido farmacologicamente, mas que também não se começa a usar fármacos quando não é necessário.
A grande questão que se coloca é que não existem ainda meios para garantir um diagnóstico exato da PHDA, sublinhou Gomes Pedro, que explica que, no domínio do comportamento, no chamado modelo relacional, obter um diagnóstico preciso não é tão fácil, pois embora haja testes, como o Connors e outros, que dão pistas para que se possa estar perante uma PHDA, é preciso que o pediatra "tenha experiência e tenha competência para distinguir entre essa perturbação e uma atividade normal".