Piracetam

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Insuficiência Hepática DCI com Advertência na Insuficiência Renal DCI com Advertência na Condução
O que é
Piracetam é substância química utilizada como nootrópico.
Reporta-se-lhe a propriedade de melhorar as funções cerebrais envolvidas em processos de aprendizagem, memória, atenção e consciência.

Indica-se usualmente no tratamento de perda de memória, perda de atenção e direcção, bem assim nas alterações da função cerebral pós acidente vascular cerebral; vertigem e dificuldade de aprendizado em crianças.

O alívio dos sintomas aparece geralmente em poucos dias com a administração de altas doses por via intravenosa.

No tratamento das doenças em fase crónica, considera-se que o efeito óptimo é geralmente alcançado após 6 a 12 semanas.
Usos comuns
Tratamento do déficit cognitivo ligeiro associado à idade, cujos sintomas são perda de memória, perturbações da atenção e falta de energia.
Tipo
Molécula pequena.
Indicações
Adjuvante do tratamento das mioclonias corticais.
Classificação CFT

2.13.1 : Medicamentos utilizados no tratamento sintomático das alterações das funções cognitivas

Mecanismo de ação
Os dados disponíveis sugerem que o mecanismo de acção básico não é específico da célula nem do órgão.

O piracetam liga-se fisicamente, de um modo dose-dependente, à cabeça polar dos fosfolípidos dos modelos de membrana, induzindo a reparação da estrutura lamelar da membrana, caracterizada pela formação de complexos fosfolípido-fármaco, móveis.

Isto provavelmente contribui para uma melhoria da estabilidade da membrana, permitindo que as proteínas da membrana e transmembranares mantenham ou recuperem a estrutura tridimensional e a flexibilidade essenciais para exercer a sua função.

O piracetam tem efeitos neuronais e vasculares.
Ao nível neuronal, o piracetam exerce a sua actividade na membrana de várias formas.

Em animais, o piracetam estimula uma variedade de tipos de neurotransmissão, primariamente através da modulação pós-sináptica da densidade e actividade do receptor.

Em ambos, animais e Homem, as funções envolvidas em processos cognitivos tais como a aprendizagem, memória, atenção e consciência foram estimuladas, nos sujeitos normais bem como nos estados deficientes, sem o desenvolvimento de efeitos sedativos ou psicoestimulantes.

O piracetam protege e restabelece as capacidades cognitivas em animais e no Homem após várias lesões cerebrais, tais como hipóxia, intoxicações e tratamento electroconvulsivo.

Protege contra as alterações induzidas por hipóxia nas funções cerebrais e desempenho, tal como estabelecido pelo eletroencefalograma (EEG) e avaliações psicométricas.

O piracetam exerce os seus efeitos hemorreológicos nas plaquetas, eritrócitos e paredes dos vasos sanguíneos pelo aumento da deformabilidade dos eritrócitos e pela diminuição da agregação plaquetária, adesão de eritrócitos às paredes dos vasos e vasoespasmo capilar.
Posologia orientativa
Dose inicial: 7.200 mg, em 2 a 3 administrações.
Incrementos de 4.800 mg cada 3 dias até dose máxima aproximada de 20 g.
Administração
Vias oral e IV.
Contraindicações
Hipersensibilidade ao Piracetam.
Evitar a interrupção súbita do tratamento; IH ou IR grave; gravidez ou aleitamento.
Efeitos indesejáveis/adversos
Diarreia; aumento de peso, sonolência, insónia, nervosismo, depressão, hipercinésia, rash.
Advertências
Gravidez
Gravidez:
Gravidez:Contra-indicado na gravidez.
Aleitamento
Aleitamento:
Aleitamento:Contra-indicado no aleitamento.
Insuf. Hepática
Insuf. Hepática:
Insuf. Hepática:Contra-indicado na insuficiência hepática.
Insuf. Renal
Insuf. Renal:
Insuf. Renal:Contra-indicado na insuficiência renal grave.
Condução
Condução:
Condução:Atendendo aos efeitos adversos observados com o piracetam, é possível a existência de influência sobre a capacidade de conduzir ou utilizar máquinas, devendo a mesma ser tomada em consideração.
Precauções gerais
Devido ao efeito do piracetam na agregação plaquetária, recomenda-se precaução em doentes com hemorragias graves, doentes em risco de hemorragia tais como doentes com úlcera gastrointestinal, doentes com distúrbios da hemostasia, doentes com historial de AVC hemorrágico, doentes submetidos a grandes cirurgias incluindo cirurgias dentárias e doentes a medicados com fármacos anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários incluindo aspirina de baixa dosagem.

Dado que o piracetam é principalmente eliminado pelos rins, recomenda-se precaução nos doentes com insuficiência renal, nos quais se sugere, a par da vigilância clínica e laboratorial habituais, uma posologia adaptada ao valor da função renal.

Idosos: Em doentes com idade superior a 65 anos, a posologia deve ser adaptada em função da depuração da creatinina, de acordo com as instruções do médico.
Cuidados com a dieta
A ingestão concomitante de álcool e de piracetam não teve efeito sobre os níveis sanguíneos do piracetam.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência ou ligar para o Centro de intoxicações.

Sintomas: Não foram notificados nenhuns efeitos indesejáveis adicionais especificamente relacionados com sobredosagem com o piracetam.

A sobredosagem mais elevada com o piracetam notificada foi a toma oral de 75 g.

A diarreia sanguinolenta com dor abdominal deveu-se provavelmente à elevada quantidade de sorbitol contida na formulação utilizada.

Tratamento da sobredosagem: Em caso de sobredosagem aguda e significativa, pode ser feita lavagem gástrica ou indução da emese.

Não existe antídoto específico para a sobredosagem com piracetam.

O tratamento para uma sobredosagem deverá ser sintomático e pode incluir hemodiálise.

A eficiência da extração do dializador é de 50 a 60% para o piracetam.
Terapêutica interrompida
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Tomar o medicamento logo que se lembre e informar o médico.
Cuidados no armazenamento
Conservar a temperatura inferior a 25°C.
Proteger da humidade.

Manter fora do alcance e da vista das crianças.

Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita.
Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e tolerância bacteriológica
Sem informação.
Usar com precaução

Piracetam + Tiróide

Observações: n.d.
Interacções: Durante o tratamento concomitante com extracto tiroideio (T3 + T4 ), foi reportada confusão, irritabilidade e distúrbios do sono. - Tiróide
Sem efeito descrito

Piracetam + Acenocumarol

Observações: n.d.
Interacções: Num estudo publicado, conduzido com ocultação, em doentes com trombose venosa recorrente grave, o piracetam em doses de 9,6 g/dia não modificou as doses de acenocumarol necessárias para atingir um INR de 2,5 a 3,5, mas comparado com os efeitos do acenocumarol isolado, a adição de piracetam em doses de 9,6 g/dia diminuiu significativamente a agregação plaquetária, libertação de β-tromboglobulinas, níveis de fibrinogénio e factores de von Willebrand (VIII: C; VIII: vW: Ag; VIII: vW: RCo) e viscosidade do plasma e sangue completo. - Acenocumarol
Sem significado Clínico

Piracetam + Citocromo P450

Observações: n.d.
Interacções: Espera-se que o potencial de interacções medicamentosas, resultantes em alterações da farmacocinética do piracetam, seja baixo, dado que cerca de 90% da dose de piracetam é excretada na urina, na forma de fármaco inalterado. In vitro, o piracetam não inibe as isoformas do citocromo P450 hepático humano, CYP 1A2, 2B6, 2C8, 2C9, 2C19, 2D6, 2E1 e 4A9/11, em concentrações de 142, 426 e 1422 μ g/ml. Em concentrações de 1422 μ g/ml, observaram-se efeitos inibitórios menores sobre o CYP 2A6 (21%) e o 3A4/5 (11%). Contudo, os valores Ki para inibição destas duas isoformas do CYP são provavelmente superiores a 1422 μ g/ml. Por esse motivo, é improvável a interacção metabólica do piracetam com outros fármacos. - Citocromo P450
Sem significado Clínico

Piracetam + Outros medicamentos

Observações: n.d.
Interacções: Espera-se que o potencial de interacções medicamentosas, resultantes em alterações da farmacocinética do piracetam, seja baixo, dado que cerca de 90% da dose de piracetam é excretada na urina, na forma de fármaco inalterado. In vitro, o piracetam não inibe as isoformas do citocromo P450 hepático humano, CYP 1A2, 2B6, 2C8, 2C9, 2C19, 2D6, 2E1 e 4A9/11, em concentrações de 142, 426 e 1422 μ g/ml. Em concentrações de 1422 μ g/ml, observaram-se efeitos inibitórios menores sobre o CYP 2A6 (21%) e o 3A4/5 (11%). Contudo, os valores Ki para inibição destas duas isoformas do CYP são provavelmente superiores a 1422 μ g/ml. Por esse motivo, é improvável a interacção metabólica do piracetam com outros fármacos. - Outros medicamentos
Sem efeito descrito

Piracetam + Antiepilépticos (AEs)

Observações: n.d.
Interacções: Uma dose de 20 g diários de piracetam durante 4 semanas não modificou os níveis séricos pico e vale de fármacos Antiepiléticos (carbamazepina, fenitoína, fenobarbitona, valproato) em doentes epilépticos que estavam a receber doses estáveis. - Antiepilépticos (AEs)
Sem efeito descrito

Piracetam + Carbamazepina

Observações: n.d.
Interacções: Uma dose de 20 g diários de piracetam durante 4 semanas não modificou os níveis séricos pico e vale de fármacos Antiepiléticos (carbamazepina, fenitoína, fenobarbitona, valproato) em doentes epilépticos que estavam a receber doses estáveis. - Carbamazepina
Sem efeito descrito

Piracetam + Fenitoína

Observações: n.d.
Interacções: Uma dose de 20 g diários de piracetam durante 4 semanas não modificou os níveis séricos pico e vale de fármacos Antiepiléticos (carbamazepina, fenitoína, fenobarbitona, valproato) em doentes epilépticos que estavam a receber doses estáveis. - Fenitoína
Sem efeito descrito

Piracetam + Fenobarbital

Observações: n.d.
Interacções: Uma dose de 20 g diários de piracetam durante 4 semanas não modificou os níveis séricos pico e vale de fármacos Antiepiléticos (carbamazepina, fenitoína, fenobarbitona, valproato) em doentes epilépticos que estavam a receber doses estáveis. - Fenobarbital
Sem efeito descrito

Piracetam + Valproato semisódico (ácido valpróico)

Observações: n.d.
Interacções: Uma dose de 20 g diários de piracetam durante 4 semanas não modificou os níveis séricos pico e vale de fármacos Antiepiléticos (carbamazepina, fenitoína, fenobarbitona, valproato) em doentes epilépticos que estavam a receber doses estáveis. - Valproato semisódico (ácido valpróico)
Sem efeito descrito

Piracetam + Álcool

Observações: n.d.
Interacções: A administração concomitante de álcool não teve efeito sobre os níveis séricos de piracetam e os níveis de álcool não foram modificados por uma dose oral de 1,6 g de piracetam. - Álcool
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Piracetam
Informação revista e atualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 29 de Novembro de 2022