Plerixafor

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência na Condução
O que é
Plerixafor é um imunomodulador.

Plerixafor bloqueia uma proteína na superfície das células estaminais hematopoiéticas.
Esta proteína "fixa" as células estaminais hematopoiéticas à medula óssea.

O plerixafor melhora a libertação de células estaminais para a corrente sanguínea (mobilização).
As células estaminais podem depois ser colhidas por uma máquina que separa os constituintes do sangue (máquina de aférese) e posteriormente congeladas e conservadas até ao seu transplante.

Se a mobilização é difícil Plerixafor é utilizado para ajudar a colher células estaminais hematopoiéticas para a recolha, armazenamento e reintrodução (transplantação) em doentes com linfoma (um cancro dos glóbulos brancos) ou com mieloma múltiplo (um cancro que afecta as células plasmáticas na medula óssea).
Usos comuns
Plerixafor é usado para tratar o linfoma não-Hodgkin (NHL) e mieloma múltiplo (MM).

É usado juntamente com colónias de granulócitos factor ou G-CSF (eg, filgrastim, pegfilgrastim) estimular a mobilização de células-tronco hematopoéticas (CTH) para coleta e transplante.
Tipo
Molécula pequena.
Indicações
É indicado, em terapêutica combinada com G-CSF, para potenciar a mobilização de células estaminais hematopoiéticas para o sangue periférico, para colheita e subsequente transplante autólogo em doentes com linfoma ou mieloma múltiplo em que a mobilização de células seja difícil.
Classificação CFT

16.3 : IMUNOMODULADORES

Mecanismo de ação
O plerixafor é um derivado bicíclico, um antagonista selectivo reversível do receptor de quimocinas CXCR4 que bloqueia a ligação do seu ligando cognato, factor-1 derivado de células estromais (SDF-1), também designado por CXCL12.

Pensa-se que a leucocitose induzida por plerixafor e as elevações nos níveis de células progenitoras hematopoiéticas circulantes resultam de uma perturbação da ligação de CXCR4 ao seu ligando cognato, resultando no aparecimento de células maduras e pluripotentes na circulação sistémica.

As células CD34+ mobilizadas por plerixafor são funcionais e capazes de enxerto com capacidade de repopulação de longo prazo.
Posologia orientativa
A dose recomendada de plerixafor é de 0,24 mg/kg peso corporal/dia.
Administração
Deve ser administrada por injecção subcutânea 6 a 11 horas antes da iniciação de cada aférese, após 4 dias de pré-tratamento com factor de estimulação das colónias de granulócitos (G-CSF).

Em ensaios clínicos, o plerixafor foi comummente utilizado durante 2 a 4 (e até 7) dias consecutivos.

O peso utilizado para calcular a dose de plerixafor deve ser obtido na semana antes daprimeira dose de plerixafor.

Em estudos clínicos, a dose de plerixafor foi calculada com base no peso corporal em doentes até 175% do peso corporal ideal.

A dose de plerixafor e o tratamento de doentes pesando mais de 175% do peso corporal ideal não foram investigados.

O peso corporal ideal pode ser determinado utilizando as seguintes equações:
sexo masculino (kg): 50 + 2,3 x ((Altura (cm) x 0,394) – 60);
sexo feminino (kg): 45,5 + 2,3 x ((Altura (cm) x 0,394) – 60).

Baseado na exposição crescente com peso corporal crescente, a dose de plerixafor não deve exceder 40mg/dia
Contraindicações
Hipersensibilidade ao Plerixafor.
Efeitos indesejáveis/adversos
Informe imediatamente o médico se
- pouco tempo depois de tomar este medicamento tiver uma erupção cutânea, inchaço em redor dos olhos, falta de ar ou falta de oxigénio, sentir cabeça esvaída quando está de pé ou sentado, sentir-se a desmaiar ou desmaiar.
- tiver dores na parte superior do abdómen, do lado esquerdo (barriga) ou no ombro esquerdo.

Efeitos secundários muito frequentes (podem afectar mais de 1 em 10 pessoas)
- diarreia, náuseas (enjoos), vermelhidão ou irritação no local da injecção

Efeitos secundários frequentes (podem afectar até 1 em 10 pessoas)
- dor de cabeça
- tonturas, sensação de cansaço ou má disposição
- dificuldade em adormecer
- gases, prisão de ventre, indigestão, vómitos
- sintomas no estômago como dor, inchaço ou desconforto
- boca seca, dormência à volta da boca
- transpiração, vermelhidão generalizada da pele, dores nas articulações, dores nos músculos e nos ossos.

Efeitos secundários pouco frequentes (podem afectar até 1 em 100 pessoas)
- reacções alérgicas como erupção cutânea, inchaço à volta dos olhos, falta de ar
- reacções anafilácticas, incluindo choque anafiláctico

Raramente, os efeitos secundários gastrointestinais podem ser graves (diarreia, vómitos, dores no estômago e náuseas).

Ataques cardíacos
Em ensaios clínicos, os ataques cardíacos em doentes com factores de risco para ataque cardíaco após administração deste medicamentoe G-CSF foram pouco frequentes. Informe imediatamente o médico se sentir desconforto no peito.

Formigueiro e dormência
É frequente os doentes a fazer terapêutica de cancro sentirem formigueiro e dormência. Cerca de um em cada cinco doentes teve estas sensações. No entanto, estes efeitos não parecem ocorrer com mais frequência quanto utiliza este medicamento.
Nas análises sanguíneas poderá ter também um aumento na contagem dos glóbulos brancos no sangue (leucocitose).
Advertências
Gravidez
Gravidez:
Gravidez:Não deve ser utilizado durante a gravidez excepto se o estado clínico da mulher requerer tratamento com plerixafor.
Condução
Condução:
Condução:A amamentação deve ser interrompida durante o tratamento com Plerixafor.
Condução
Condução:
Condução:Alguns doentes sentiram tonturas, fadiga ou tiveram reacções vasovagais; por este motivo aconselha-se precaução durante a condução.
Precauções gerais
Potencial para mobilização de células tumorais em doentes com linfoma ou mieloma múltiplo
O efeito de potencial reinfusão de células tumorais não foi estudado adequadamente.
Quando o Plerixafor é utilizado em conjunto com o G-CSF para mobilização de células estaminais hematopoiéticas em doentes com linfoma ou mieloma múltiplo, as células tumorais podem ser libertadas da medula óssea e posteriormente recolhidas no produto de leucoferese.
A relevância clínica do risco teórico de mobilização de células tumorais não está totalmente elucidada.
Em estudos clínicos de doentes com linfoma não-Hodgkin e mieloma múltiplo, não se verificou mobilização de células tumorais com plerixafor.

Mobilização de células tumorais em doentes com leucemia
Num programa de uso compassivo, o Plerixafor e o G-CSF foram administrados a doentes com leucemia mielógena aguda e leucemia de células plasmáticas.
Em alguns casos, estes doentes registaram um aumento no número de células de leucemia circulantes.
Para o efeito de mobilização de células estaminais hematopoiéticas, o plerixafor pode causar mobilização de células leucémicas e subsequente contaminação do produto de aférese.
Por conseguinte, oplerixafor não é recomendado para mobilização e colheita de células estaminais hematopoiéticas em doentes com leucemia.

Efeitos hematológicos:

Hiperleucocitose
A administração de Plerixafor em conjunto com o G-CSF aumenta os leucócitos circulantes bem como as populações de células estaminais hematopoiéticas.
As contagens de glóbulos brancos devem ser monitorizadas durante a terapêutica com Plerixafor.
Deverá ser feita uma avaliação clínica quando se administra Plerixafor a doentes com contagens de neutrófilos no sangue periférico superiores a 50x109/l.

Trombocitopenia
A trombocitopenia é uma complicação conhecida da aférese e foi observada em doentes em terapêutica com Plerixafor.
As contagens de plaquetas devem ser monitorizadas em todos os doentes em terapêutica com Plerixafor e a fazer aférese.

Reacções alérgicas
O Plerixafor tem sido associado, com pouca frequência, a potenciais reacções sistémicas relacionadas com injecção subcutânea como urticária, edema periorbital, dispneia ou hipoxia.
Os sintomas responderam aos tratamentos (por exemplo, anti-histamínicos, corticosteróides, hidratação ou oxigénio suplementar) ou resolveram-se espontaneamente.
Foram notificados casos de reacções anafilácticas, incluindo choque anafiláctico, durante a experiência pós-comercialização mundial.
Devem ser tomadas precauções apropriadas devido ao potencial para estas reacções.

Reacções vasovagais
Podem ocorrer reacções vasovagais, hipotensão ortostática e/ou síncope após injecções subcutâneas.
Devem ser tomadas precauções apropriadas devido ao potencial para estas reacções.

Esplenomegalia
Em estudos pré-clínicos, foram observados pesos superiores absolutos e relativos do baço com hematopoiese extramedular após administração subcutânea diária prolongada (2 a 4 semanas) de plerixafor em ratos, em doses aproximadamente 4 vezes mais altas do que a dose humana recomendada.
O efeito de plerixafor no tamanho do baço em doentes não foi avaliado especificamente em estudos clínicos.
A possibilidade de o plerixafor, em conjunto com o G-CSF, poder causar aumento do baço, não pode ser excluída.
Devido à ocorrência muito rara de ruptura esplénica após administração de G-CSF, os indivíduos a tomar Plerixafor em conjunto com G-CSF que comunicarem dor na região superior esquerda do abdómen e/ou dor escapular ou no ombro, devem ser avaliados quanto à integridade do baço.
Cuidados com a dieta
Sem informação.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de intoxicações.

Não foram comunicados casos de sobredosagem.

Com base em dados limitados com doses superiores à dose recomendada e até 0,48 mg/kg, a frequência de perturbações gastrointestinais, reacções vasovagais, hipotensão ortostática e/ou síncope pode ser mais alta.
Terapêutica interrompida
Plerixafor é administrado em ambiente hospitalar, não é provável que esqueça uma dose.
Cuidados no armazenamento
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
Este medicamento é armazenado em meio hospitalar.
Espectro de susceptibilidade e tolerância bacteriológica
Sem informação.
Sem efeito descrito

Plerixafor + Rituximab

Observações: Não foram realizados estudos de interacção. Os testes in vitro mostraram que o plerixafor não foi metabolizado por enzimas P450 CYP, não inibiu nem induziu enzimas P450 CYP. O plerixafor não se comportou como substrato nem como inibidor da P-glicoproteína num estudo in vitro.
Interacções: Em estudos clínicos de doentes com linfoma não-Hodgkin, a adição de rituximab a um regime de mobilização de plerixafor e G-CSF não teve impacto na segurança do doente nem na produção de células CD34+. - Rituximab
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Plerixafor
Informação revista e atualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021