Latanoprost

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
O Latanoprost é um colírio utilizado em doentes com uma doença conhecida como glaucoma de ângulo aberto que provoca um aumento de pressão no olho.

O Latanoprost pertence a uma classe de medicamentos designada por prostaglandinas.

O Latanoprost é um medicamento que diminui a pressão no interior do seu olho por aumento da drenagem natural do fluido do interior do olho para a circulação sanguínea.
Usos comuns
Redução da pressão intra-ocular elevada em doentes com glaucoma de ângulo aberto e hipertensão ocular.

Redução da pressão intra-ocular elevada em doentes pediátricos com hipertensão ocular e glaucoma pediátrico.
Tipo
Molécula pequena.
Indicações
Redução da pressão intra-ocular elevada em doentes com glaucoma de ângulo aberto e hipertensão ocular.
Classificação CFT

15.4.4 : Análogos das prostaglandinas

Mecanismo de ação
O latanoprost, um análogo da prostaglandina F2α, é um agonista selectivo dos receptores prostanóides FP, que reduz a pressão intra-ocular por aumento da drenagem do humor aquoso.

A redução da pressão intra-ocular no homem inicia-se cerca de três a quatro horas após a administração, sendo o efeito máximo obtido após oito a doze horas.

A redução da pressão é mantida durante pelo menos 24 horas.

Estudos efectuados em animais e no homem sugerem que o mecanismo de acção principal é o aumento da drenagem uveo-escleral, embora tenha sido referido no homem algum aumento na facilidade de drenagem (diminuição da resistência à drenagem).

Estudos piloto demonstraram que o latanoprost é eficaz em monoterapia.

Adicionalmente, foram realizados ensaios clínicos que investigaram o uso em associação.

Estes incluíram estudos que demonstram que o latanoprost é eficaz em associação com antagonistas beta-adrenérgicos (timolol).

Estudos de curta duração (1 ou 2 semanas) sugeriram que o efeito do latanoprost é aditivo quando usado em combinação com agonistas adrenérgicos (dipivalil epinefrina), inibidores orais da anidrase carbónica (acetazolamida) e pelo menos parcialmente aditivo quando usado com os agonistas colinérgicos (pilocarpina).

Os ensaios clínicos demonstraram que o latanoprost não apresenta efeitos significactivos sobre a produção de humor aquoso.

Verificou-se que o latanoprost não apresenta qualquer efeito sobre a barreira sangue/humor aquoso.

O latanoprost não manifesta efeitos, ou estes são negligenciáveis, sobre a circulação sanguínea intra-ocular, quando utilizado na dose clínica e quando estudado no macaco.

No entanto, pode ocorrer hiperémia conjuntival ou episcleral leve a moderada durante o tratamento tópico.

O tratamento crónico com latanoprost nos olhos do macaco submetidos a extração extracapsular do cristalino, avaliado por angiografia fluoresceínica, não afectou os vasos sanguíneos da retina.

O latanoprost não induziu a dispersão da fluoresceína no segmento posterior do olho humano pseudofáquico, durante o tratamento de curta duração.

O latanoprost em doses clínicas não revelou qualquer efeito farmacológico significactivo sobre o sistema cardiovascular ou respiratório.
Posologia orientativa
Adultos (incluindo idosos): A terapêutica recomendada é de uma gota no(s) olho(s) afectado(s) uma vez ao dia.
Administração
Uso oftálmico.
O efeito óptimo é obtido se Latanoprost for administrado à noite.
Contraindicações
Hipersensibilidade ao latanoprost.
Latanoprost não está recomendado a crianças e adolescentes menores de 18 anos.
Efeitos indesejáveis/adversos
Cardiopatias:
Muito raros: Agravamento da angina em doentes com a doença pré-existente.

Afecções oculares:
Muito frequentes: Aumento da pigmentação da íris; hiperemia conjuntival leve a moderada; irritação ocular (sensação de queimadura, prurido, dor aguda e sensação de corpo estranho); alterações das pestanas e pêlos (aumento do comprimento, espessura, pigmentação e número) (a grande maioria das notificações são da população japonesa).
Frequentes: Erosões epiteliais punctiformes transitórias, maioritariamente sem sintomas; blefarite; dor ocular.
Pouco frequentes: Edema da pálpebra; secura ocular; queratite; visão turva; conjuntivite.
Raros: Irite/uveíte (a maioria das notificações em doentes com factores concomitantes de predisposição); edema macular; edema sintomático e erosões da córnea; edema periorbital; pestanas com crescimento mal direccionado que podem provocar por vezes irritação ocular; fila extra de cílios na abertura das glândulas meibomianas (distiquíase).

Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino:
Raros: Asma, exacerbação da asma e dispneia.

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos:
Pouco frequentes: Erupção cutânea.
Raros: reacções cutâneas localizadas nas pálpebras; escurecimento da pele da pálpebra.

Perturbações gerais e alterações no local de administração:
Muito raros: Dor no peito.

Têm existido notificações espontâneas adicionais pós-comercialização referidas em seguida:

Doenças do sistema nervoso:
Cefaleias, tonturas.

Cardiopatias:
Palpitações

Afecções músculo-esqueléticas e dos tecidos conjuntivos:
Mialgia; artralgia.
Advertências
Gravidez
Gravidez:
Gravidez:Latanoprost não deve ser utilizado durante a gravidez.
Aleitamento
Aleitamento:
Aleitamento:Latanoprost não deve ser utilizado durante a amamentação.
Condução
Condução:
Condução:Quando utilizar Latanoprost poderá ficar com a visão turva por um curto espaço de tempo. Se isto lhe acontecer não conduza ou utilize ferramentas ou máquinas até que recupere a sua correcta visão.
Precauções gerais
O latanoprost pode alterar gradualmente a cor do olho por aumento da quantidade de pigmento castanho da íris.

Antes do início do tratamento, os doentes devem ser informados da possibilidade de alteração permanente da cor do olho.

O tratamento unilateral pode resultar em heterocromia permanente.

Esta alteração na cor do olho é observada predominantemente nos doentes com íris de cor mista, i.e. azul-castanho, cinzento-castanho, amarelo-castanho e verde-castanho.

Em estudos com latanoprost, o início da alteração ocorre habitualmente nos primeiros 8 meses de tratamento, raramente durante o segundo ou terceiro ano, e não foi observada após o quarto ano de tratamento.

A taxa de progressão da pigmentação da íris diminui com o tempo e é estável durante cinco anos.

Os efeitos da pigmentação aumentada para além dos cinco anos não foram avaliados.

Num estudo de latanoprost, de desenho aberto e duração de 5 anos, para avaliação da segurança, 33% dos doentes desenvolveram pigmentação da íris.

Na maioria dos casos a alteração da cor da íris é leve e normalmente não é observável clinicamente.

A incidência em doentes com íris de cor mista varia entre 7 a 85%, sendo a maior incidência nos doentes com íris de cor amarelo-castanho.

Nos doentes com olhos homogeneamente azuis não se observou qualquer alteração e nos doentes com olhos homogeneamente cinzentos, verdes ou castanhos, a alteração da cor foi observada apenas raramente.

A alteração da cor deve-se ao aumento do conteúdo de melanina nos melanócitos do estroma da íris e não a um aumento no número de melanócitos.

Tipicamente, a pigmentação acastanhada em torno da pupila espalha-se concentricamente em direcção a periferia nos olhos afectados, embora a totalidade da íris, ou partes desta, possam ficar mais castanhas.

A pigmentação castanha da íris não progride após interrupção do tratamento.

Nos ensaios clínicos realizados até à data, esta alteração não foi associada a quaisquer sintomas ou alterações patológicas.

Nem os nevos nem as sardas da íris foram afectados pelo tratamento.

Nos ensaios clínicos, não se observou acumulação de pigmento na rede trabecular ou noutro local da câmara anterior.

Tendo como base 5 anos de experiencia clinica, não se demonstrou que o aumento da pigmentação da íris tenha sequelas clínicas negativas e a administração de latanoprost pode continuar caso surja pigmentação da íris.

Contudo, devem-se monitorizar regularmente os doentes, e caso a situação clinica o permita, o tratamento com latanoprost pode ser interrompido.

A experiencia com latanoprost é limitada nas situações de glaucoma crónico de ângulo fechado, nos doentes pseudofáquicos com glaucoma de ângulo aberto e no glaucoma pigmentar.

Não existe experiência com latanoprost em situações de glaucoma inflamatório e neovascular, situações de inflamação ocular, ou glaucoma congénito.

O latanoprost não tem efeitos, ou apresenta um efeito reduzido, sobre a pupila, não havendo experiencia em termos de ataques agudos de glaucoma de ângulo fechado.

Assim, recomenda-se que o latanoprost seja utilizado com precaução nestas situações até que seja adquirida mais experiência com a sua utilização.

Os dados dos ensaios sobre a utilização de latanoprost durante o período pré-operatório da cirurgia da catarata são limitados.

O Latanoprost deve ser utilizado com precaução nestes doentes.

Ocorreram notificações de edema macular principalmente em doentes afáquicos, pseudofáquicos com ruptura da cápsula da lente posterior ou com lentes na câmara anterior, ou em doentes com factores de risco conhecidos para edema macular cistóide (tais como retinopatia diabética e oclusão da veia central da retina).

O Latanoprost deve ser utilizado com precaução em doentes afáquicos, pseudofaquicos com ruptura da cápsula da lente posterior ou com lentes na câmara anterior, ou em doentes com factores de risco conhecidos para edema macular cistóide.

O Latanoprost pode ser utilizado com precaução em doentes com factores de risco predisponentes para irites/uveítes.

Existe experiência limitada em doentes com asma, mas foram notificados alguns casos de exacerbação da asma e/ou dispneia na experiencia pós-comercialização.

Os doentes com asma devem, por isso, ser tratados com precaução até se obter experiencia suficiente;
Observou-se descoloração da pele peri-orbital, tendo a maioria destes casos ocorrido em doentes Japoneses.

A experiencia até a data demonstra que a descoloração da pele periorbital não é permanente e, em alguns casos, regrediu durante a continuação do tratamento com latanoprost.

O latanoprost pode alterar gradualmente as pestanas e os pelos do olho tratado e das áreas circundantes; estas alterações incluem aumento do comprimento, da espessura, da pigmentação, do número das pestanas ou pelos e o crescimento desordenado das pestanas.

As alterações das pestanas são reversíveis após interrupção do tratamento.

Latanoprost contém cloreto de benzalcónio, que pode causar irritação ocular.

O cloreto de benzalcónio é conhecido por descolorir as lentes de contacto moles.

Deve-se evitar o contacto com lentes de contacto moles.

Deve-se remover as lentes de contacto antes da aplicação e esperar, pelo menos, 15 minutos antes de as recolocar.

Tem sido notificado que o cloreto de benzalcónio provoca queratopatia punctual e/ou queratopatia ulcerativa tóxica e pode causar irritação ocular.

É necessária uma monitorização mais intensa com a utilização frequente ou prolongada de Latanoprost nos doentes com olhos secos, ou em condições onde a córnea esteja comprometida.
Cuidados com a dieta
Não interfere com alimentos e bebidas.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de intoxicações.

Para além da irritação ocular e hiperémia conjuntival, não se conhecem outros efeitos adversos oculares em casos de sobredosagem com latanoprost.

Se o latanoprost for ingerido acidentalmente, a informação seguinte pode ser útil: Um frasco contém 125 microgramas de latanoprost.

Mais de 90% do fármaco é metabolizado durante o efeito de primeira passagem pelo fígado.

A perfusão intravenosa de 3 microgramas/kg em voluntários saudáveis não causou quaisquer sintomas, embora uma dose de 5,5-10 microgramas/kg tenha causado náuseas, dores abdominais, tonturas, fadiga, vermelhidão com sensação de calor e sudorese.

Foi efectuada perfusão de latanoprost em macacos por via intravenosa, em doses até 500 microgramas/kg, não havendo evidência de efeitos importantes sobre o sistema cardiovascular.

A administração intravenosa de latanoprost em macacos foi associada a broncoconstrição transitória.

No entanto, nos doentes com asma brônquica moderada, não houve registo de broncoconstrição quando o latanoprost foi administrado por via tópica nos olhos, numa dose sete vezes superior à dose clínica de Latanoprost.

Se ocorrer uma sobredosagem com latanoprost, o tratamento deve ser sintomático.
Terapêutica interrompida
Caso se tenha esquecido de administrar o colírio à hora habitual, espere até à hora da próxima administração.
Não aplique uma gota extra para compensar uma dose que se esqueceu de aplicar.
Cuidados no armazenamento
Conservar o frasco na embalagem exterior para proteger da luz.
Frasco fechado: Conservar no frigorífico (2ºC – 8ºC).
Este medicamento deve ser mantido refrigerado durante o transporte desde o fabricante até à farmácia.
No entanto não é necessário mantê-lo refrigerado durante o transporte da farmácia até à sua casa.
Após a abertura do frasco: Não conservar acima dos 25ºC e utilizar em quatro semanas.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e tolerância bacteriológica
Sem informação.
Não recomendado/Evitar

Latanoprost + Prostaglandinas

Observações: Não foram realizados estudos de interações.
Interacções: Têm sido notificadas elevações paradoxais da pressão intra-ocular após a administração oftálmica concomitante de dois análogos de prostaglandinas. Assim, a utilização de duas ou mais prostaglandinas, de análogos ou derivados de prostaglandinas não é recomendada. - Prostaglandinas
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Latanoprost
Informação revista e atualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 21 de Fevereiro de 2023