Dacarbazina

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência na Insuficiência Renal DCI com Advertência na Condução
O que é
A dacarbazina (DTIC), também conhecida como imidazol carboxamida, é um medicamento quimioterápico usado no tratamento de melanoma e linfoma de Hodgkin.
Para Hodgkin, é frequentemente usado junto com vimblastina, bleomicina e doxorrubicina.
Usos comuns
A Dacarbazina é utilizada para tratar o cancro da pele (melanoma maligno) e doença de Hodgkin.
Tipo
Molécula pequena.
Indicações
Para o tratamento de melanoma maligno metastático.
Além disso, a Dacarbazina, também é indicada para a doença de Hodgkin, como uma terapia de linha secundária quando utilizada em combinação com outros agentes antineoplásicos.
Classificação CFT

16.1.2 : Citotóxicos relacionados com alquilantes

Mecanismo de ação
A dacarbazina é um agente citostático.
O seu efeito antineoplásico é devido a uma inibição do crescimento celular que é independente do ciclo celular e devido a uma inibição da síntese do ADN.
Demonstrou-se também um efeito alquilante e podem também estar envolvidos outros mecanismos citostáticos na acção da dacarbazina.
Considera-se que a dacarbazina não apresenta um efeito antineoplásico por si própria. Contudo, através da N-desmetilação microsómica é rapidamente convertida em 5-amino-imidazol-4-carboxamida e num catião metilo, que é responsável pelo efeito alquilante do fármaco.
Posologia orientativa
A utilização de dacarbazina deverá ser restrita a médicos com experiência respectivamente em oncologia e hematologia.
Conforme prescrição médica.
Administração
Via intravenosa.
Contraindicações
A dacarbazina está contra-indicada em doentes que têm uma história de reacções de hipersensibilidade à dacarbazina, em mulheres grávidas ou a amamentar, em doentes com leucopenia e/ou trombocitopenia, em doentes com doenças hepáticas ou renais graves.
Efeitos indesejáveis/adversos
Informe imediatamente o médico se detectar alguma destas situações:
- Sinais de infecção, como garganta inflamada e febre
- Nódoas negras ou perdas de sangue invulgares
- Cansaço extremo
- Vómitos ou diarreia persistentes ou gra s
- Reacções alérgicas graves – pode sentir uma erupção na pele súbita com comichão (urticária), inchaço das mãos, pés, tornozelos, cara, boca, lábios ou garganta (que podem causar dificuldades em engolir ou respirar) e pode ter a sensação de desmaio
- Amarelecimento da pele e dos olhos devido a problemas do fígado
- Sinais de problemas relacionados com o cérebro ou com os nervos, como dores de cabeça, visão reduzida, ataques, confusão, letargia (estado de apatia) ou formigueiro ou dormência da cara Todos estes efeitos secundários são graves. Pode ter necessidade de assistência médica urgente.

A seguir são indicados todos os efeitos secundários que foram descritos:

Efeitos secundários frequentes (mais de 1 em cada 100 doentes, mas menos de 1 em cada 10 doentes)
- Anemia (diminuição do número de glóbulos vermelhos)
- Leucopenia (diminuição do número de glóbulos brancos)
- Trombocitopenia (diminuição do número de plaquetas no sangue) As alterações do hemograma (contagem do sangue) são dependentes da dose e retardadas, sendo frequente que os valores mais baixos ocorram apenas após 3 a 4 semanas.
- Anorexia (perda de apetite), enjoos e vómitos (todos os quais podem ser graves)

Efeitos secundários pouco frequentes (mais de 1 em cada 1.000 doentes, mas menos de 1 em cada 100 doentes)
- Alopécia (queda de cabelo)
- Hiperpigmentação (aumento da cor da pele)
- Fotossensibilidade (sensibilidade à luz) da pele
- Sintomas gripais com exaustão, arrepios, febre e dores musculares, ocasionalmente durante a administração de dacarbazina ou, frequentemente, só dias depois. Estas perturbações podem voltar a ocorrer com a perfusão seguinte.
- Infecções

Efeitos secundários raros (mais de 1 em cada 10.000 doentes, mas menos de 1 em cada 1.000 doentes)
- Pancitopenia (diminuição do número de todas as células do sangue)
- Agranulocitose (diminuição grave do número de granulócitos, um tipo especial de glóbulos brancos)
- Reacções anafiláticas (reacções alérgicas graves resultantes, por exemplo, em quebras da tensão arterial, inchaço das mãos, pés, tornozelos, cara, boca, lábios ou garganta, que podem causar dificuldades em engolir ou respirar, pulso rápido, urticária e comichão ou vermelhidão da pele generalizadas)
- Dores de cabeça
- Visão reduzida
- Confusão
- Letargia (estado de apatia)
- Convulsões (ataques)
- Parestesia facial (sensações anormais na cara), dormência e afrontamentos na cara pouco depois da injeção
- Diarreia
- Doença veno-oclusiva (DVO) (doença grave do fígado causada pela obstrução dos vasos sanguíneos do fígado) com necrose hepática (destruição das células do fígado), que é potencialmente fatal. Caso se suspeite desta complicação, o médico ponderará a administração de tratamento adequado.
- Elevação das enzimas do fígado
- Insuficiência ren al
- Eritema (pele vermelha)
- Exantema maculopapular (erupções da pele)
- Urticária
- Irritação no local de aplicação

Pode sofrer um ou mais destes sintomas; caso isso aconteça, não se esqueça de informar o médico.
Advertências
Insuf. Renal
Insuf. Renal:
Insuf. Renal:NÃO pode amamentar durante o tratamento com Dacarbazina.
Gravidez
Gravidez:
Gravidez:Dacarbazina NÃO pode ser administrado se estiver grávida ou se estiver a planear engravidar.
Condução
Condução:
Condução:A sua capacidade de conduzir e utilizar máquinas pode ser influenciada por efeitos secundários ao nível do sistema nervoso central (efeitos secundários ao nível do cérebro e nervos) ou devido a enjoos ou vómitos; contudo, não há motivo para que não possa conduzir ou utilizar máquinas entre os ciclos da terapêutica com Dacarbazina, a não ser que se sinta tonto ou inseguro.
Precauções gerais
Durante o tratamento com Dacarbazina, os homens são aconselhados a tomar medidas anticoncepcionais, mas estas devem prolongar-se por 6 meses após o fim do tratamento.

Antes de cada administração, irá realizar análises ao sangue para verificar se tem células do sangue suficientes para receber Dacarbazina.
A função do fígado e dos rins será também monitorizada.

Não é aconselhável fazer qualquer tratamento médico sem informar o médico, pois podem ocorrer interações entre Dacarbazina e outros medicamentos.
Informe o médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.

Durante a quimioterapia, deve evitar medicamentos que provoquem lesões do fígado (p. ex., diazepam, imipramina, cetoconazol ou carbamazepina).
Cuidados com a dieta
Não deve beber álcool durante a quimioterapia.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de Intoxicações.

As complicações antecipadas principais de sobredosagem são supressão medular grave, eventualmente aplasia medular que se pode manifestar tardiamente até cerca de duas semanas.
O período de tempo para ocorrerem os valores mínimos de leucócitos e trombócitos pode ser de 4 semanas.
Mesmo no caso de apenas se suspeitar de uma sobredosagem, é essencial a monitorização hematológica cuidadosa e prolongada.
Não se conhece um antídoto para a sobredosagem com dacarbazina.
Por conseguinte, devem tomar-se cuidados especiais para evitar uma sobredosagem deste fármaco.
Terapêutica interrompida
Peça instruções ao médico se perder uma administracção da injecção de Dacarbazina.
Cuidados no armazenamento
A Dacarbazina é geralmente manipulada e armazenada por um Prestador de Cuidados de Saúde. Se estiver a usar a Dacarbazina em sua casa, guarde-a como indicado pelo seu Farmacêutico ou Profissional de Saúde.
Este medicamento é armazenado em meio hospitalar.
Espectro de susceptibilidade e tolerância bacteriológica
Sem informação.
Contraindicado

Fotemustina + Dacarbazina

Observações: n.d.
Interacções: Requer precaução a utilização com altas doses de dacarbazina: risco de toxicidade pulmonar (síndrome de dificuldade respiratória aguda do adulto). Não utilize estes medicamentos simultaneamente. Deixar um intervalo de uma semana entre a última administração de Fotemustina e o primeiro dia da administração da dacarbazina. - Dacarbazina
Sem efeito descrito

Ipilimumab + Dacarbazina

Observações: O ipilimumab é um anticorpo monoclonal humano que não é metabolizado pelas enzimas do citocromo P450 (CYP) nem por outras enzima que metabolizam fármacos.
Interacções: Foi realizado um estudo de interacção medicamentosa em que o ipilimumab foi administrado isoladamente e em associação com quimioterapia (dacarbazina ou paclitaxel/carboplatina) para avaliar a interacção com isoenzimas CYP (especialmente CYP1A2, CYP2E1, CYP2C8 e CYP3A4) em doentes com melanoma avançado não previamente tratados. Não foram observadas interacções farmacocinéticas fármaco-fármaco clinicamente relevantes entre o ipilimumab e paclitaxel/carboplatina, dacarbazina ou o seu metabólito 5-aminoimidazol-4-carboxamida. - Dacarbazina
Potencialmente Fatal

Aldesleucina + Dacarbazina

Observações: n.d.
Interacções: O Síndrome da Lise Tumoral Fatal foi reportado no tratamento combinado com cisplatina, vinblastina e dacarbazina. Não é recomendado o uso concomitante das substâncias activas mencionadas. Foram descritas reacções de hipersensibilidade em doentes em tratamento com regimes combinados sequenciais contendo Aldesleucina em doses elevadas e agentes antineoplásicos, especificamente, dacarbazina, cisplatina, tamoxifeno e interferão alfa. Estas reacções consistiram em eritema, prurido e hipotensão e ocorreram nas horas que se seguiram à administração da quimioterapia. Estes acontecimentos implicaram, em alguns doentes, intervenção médica. - Dacarbazina
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Dacarbazina + Metoxipsoraleno (Metoxaleno)

Observações: n.d.
Interacções: No caso do tratamento prévio ou concomitante ter efeitos adversos sobre a medula óssea (particularmente agentes citostáticos, radiações) são possíveis interacções mielotóxicas. Não foram realizados estudos para investigar a presença de um metabolismo fenotípico, mas foi identificada a hidroxilação do composto original em metabólitos com actividade antitumoral. A dacarbazina é metabolizada pelo citocromo P450 (CYP1A1, CYP1A2 e CYP2E1). Este facto deve ser tido em consideração no caso de estarem a ser administrados concomitantemente outros fármacos que sejam metabolizados pelas mesmas enzimas hepáticas. A dacarbazina pode intensificar os efeitos de metoxipsoralen devido a fotossensibilização. - Metoxipsoraleno (Metoxaleno)
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Dacarbazina + Citotóxicos (citostáticos)

Observações: n.d.
Interacções: No caso do tratamento prévio ou concomitante ter efeitos adversos sobre a medula óssea (particularmente agentes citostáticos, radiações) são possíveis interacções mielotóxicas. Não foram realizados estudos para investigar a presença de um metabolismo fenotípico, mas foi identificada a hidroxilação do composto original em metabólitos com actividade antitumoral. A dacarbazina é metabolizada pelo citocromo P450 (CYP1A1, CYP1A2 e CYP2E1). Este facto deve ser tido em consideração no caso de estarem a ser administrados concomitantemente outros fármacos que sejam metabolizados pelas mesmas enzimas hepáticas. A dacarbazina pode intensificar os efeitos de metoxipsoralen devido a fotossensibilização. - Citotóxicos (citostáticos)
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Dacarbazina
Informação revista e atualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021